Dia Internacional da Língua Materna conscientiza sobre povos originários do Brasil

No dia 21 de fevereiro, comemora o Dia Internacional da Língua Materna, uma data instituída pela Unesco em 1999 com o objetivo de preservar a diversidade linguística e cultural ao redor do mundo. Segundo a organização, em âmbito mundial, 40% da população não tem acesso à educação na língua que fala ou entende. 

Dados da UNESCO, citam que aproximadamente 2,5 mil línguas correm o risco iminente de desaparecimento, com a maioria delas sendo de origem indígena. No Brasil, país com 180 línguas indígenas documentadas, a situação não é diferente. Em 2022, apenas 10 municípios brasileiros reconheciam línguas indígenas como co-oficiais, destacando a urgência de medidas para preservar esse patrimônio cultural.

A educação multilíngue, especialmente aquela baseada na língua materna, é apontada como a melhor ferramenta para garantir a preservação e valorização das diversas línguas e culturas. Apesar de a Constituição Federal brasileira assegurar aos indígenas o direito ao ensino em suas línguas maternas, a realidade das escolas bilíngues ainda é escassa no país, onde 1.6 milhões de pessoas indígenas habitam. Em 2023, o Ministério da Educação anunciou adaptações nas metodologias estatísticas do Censo Escolar, visando criar políticas públicas que garantam mais equidade na educação pública.

Para a UNESCO, a data nos lembra não apenas da importância de celebrar e preservar as línguas maternas, mas também da necessidade de ações concretas para garantir que essas línguas continuem a ser faladas e transmitidas às futuras gerações. Avanços estão sendo realizados na educação multilíngue, e cada vez mais aumenta a compreensão sobre sua importância, particularmente na educação infantil, além do maior comprometimento com seu desenvolvimento na vida pública.