Henrique Farinon defende governança robusta e integridade como pilares das finanças sustentáveis no Global Meeting – Circuito COP30

Diretor do Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público destacou a importância de conselhos temáticos, clareza de papéis institucionais e integração aos critérios ESG para garantir transparência e eficácia no uso dos recursos

20/09/2025 20h23 - Atualizado há 1 dia

Brasília recebeu nesta edição do Global Meeting – Circuito COP30: Simpósio de Economia Circular e Cadeias Produtivas Sustentáveis, realizado no Complexo Na Praia, uma intervenção enfática sobre a centralidade da governança e do compliance público na agenda de sustentabilidade.

 

O diretor do Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP), Henrique Farinon, ressaltou que o avanço das finanças sustentáveis no Brasil depende diretamente de mecanismos sólidos de integridade e transparência.

 

Como exigir que as finanças sustentáveis aconteçam se não conseguimos medir os resultados do dinheiro aplicado e garantir sua correta utilização?”, questionou.

 

Para ele, uma governança fortalecida é o que assegura prestação de contas, clareza de responsabilidades e eficiência na aplicação dos recursos públicos.

 

Conselhos temáticos e cultura da integridade

Farinon destacou que a criação de conselhos e comitês voltados especificamente à sustentabilidade, com participação de especialistas e representantes da sociedade civil, é uma forma de tornar a governança mais robusta e inclusiva.

 

Quando papéis e responsabilidades são bem definidos e aplicados, evitam-se desvios e ineficiências, garantindo que cada recurso investido tenha retorno real para a sociedade”, observou.

 

Ele foi além do conceito tradicional de compliance, defendendo a consolidação de programas de integridade institucionais.

 

Não basta cumprir a lei. É preciso mudar a cultura das instituições. Políticas anticorrupção, canais de denúncia confiáveis e controles internos eficazes são condições fundamentais para que a sustentabilidade se traduza em resultados concretos”, acrescentou.

 

 

 

Integração com critérios ESG e alinhamento normativo

Outro ponto enfatizado foi a necessidade de integração entre governança pública e critérios ESG (ambiental, social e de governança). Segundo Farinon, não se pode falar em sustentabilidade sem garantir accountability e rastreabilidade das ações.

 

Ele citou ainda a atuação do Instituto na implementação do Programa Nacional de Governança Pública (Pronagov), em parceria com a Rede de Governança Brasil (RGB).

 

Realizamos um de-para das entregas do Pronagov com a PR-2030 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Hoje, já dispomos de uma matriz de materialidade vinculada ao ESG, que confere segurança e lastro técnico para orientar políticas e investimentos sustentáveis”, explicou.

 

Governança como condição para finanças sustentáveis

Para Farinon, a articulação entre compliance público, programas de integridade e marcos normativos é indispensável para que recursos destinados às finanças sustentáveis sejam aplicados de forma transparente, eficaz e mensurável.

 

Falar de sustentabilidade, falar de finanças sustentáveis, passa obrigatoriamente pela pauta da governança e do compliance. Sem isso, corremos o risco de transformar boas intenções em discursos vazios”, concluiu.

 

Contexto do evento

O Global Meeting – Circuito COP30 é uma realização do Instituto Global ESG, da Embrapa e do Grupo R2, com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o fomento do Grupo Arnone e amplo apoio interinstitucional de entidades públicas, privadas e da sociedade civil. O simpósio integra a agenda preparatória para a COP30, em Belém (PA), em 2025, consolidando o Brasil como protagonista na transição para modelos de economia circular, cadeias produtivas sustentáveis e finanças verdes.


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