Nos últimos dias, uma sequência de apagões ocorreu na cidade de São Paulo, o maior deles foi no Centro, onde mais de 2 mil pessoas ficaram por mais de 24 horas sem energia elétrica.
Juliano Gonçalves é engenheiro eletricista e Head da Divisão de Cabos Megger Brazil. Ele conta com mais de 25 anos de experiência no mercado de energia, destes, 10 foram na AES Eletropaulo, onde ele, inclusive, liderou a operação de aterramento de cabos da região central de São Paulo entre 2003 e 2006.
“O que aconteceu essa semana aqui na cidade de São Paulo é que na rede subterrânea aconteceu uns incidentes mais comuns, que é a interferência entre duas concessionárias que vão fazer algum trabalho na via pública. Então a rede subterrânea de energia está ali protegida, mas ela está escondida." Relata Juliano.
E quando uma outra concessionária vai trabalhar, eventualmente não é incomum que ela atinja essa rede. Muitas vezes isso acaba causando desligamento de energia, porque a rede subterrânea tem uma característica de contingência, então os cabos são projetados para um suprir energia quando um outro faltar. Às vezes nem pisca, um já está ali suprindo o outro.
Neste caso, provavelmente o dano foi muito grande e pegou vários cabos ao mesmo tempo, ou então a rede também podia estar com alta utilização, ou até sobrecarga, justamente porque era um dia muito quente, com muita utilização de ar condicionado, e aí não tem como fazer esse socorro com esses cabos que estavam ali projetados”, explica Juliano Gonçalves, Head da Divisão de Cabos da Megger Brasil.
Para se trabalhar numa prevenção, para rede subterrânea, nesse caso, se realmente ficar comprovado que é uma intervenção, um acidente de uma auto concessionária numa obra, tem que se trabalhar em comunicação, melhorar a comunicação entre as empresas, uma base unificada de informações para toda a cidade de São Paulo e outras formas de trabalhar em conjunto, né? Explana Juliano.
"Parcerias para que isso seja orientado e não acabe acontecendo. Nas redes aéreas a gente já tem visto bastante aumento das ocorrências, devido à chuva, devido ao vento, ao aquecimento da temperatura ao longo do tempo. As frequências e a abrangência, a força desses eventos climáticos tem sido maior. Então, investir em redes mais robustas, sopor entre as redes, sensores que vão informar o que está acontecendo na rede para que rapidamente ela seja estabelecida, é a solução.” Concluí Juliano.