03/10/2023 às 17h23min - Atualizada em 03/10/2023 às 17h23min

ESG entra de vez no radar dos grandes investidores

Fundos de Pensão buscam no ESG uma nova forma de aumentar seus ganhos

Com a queda das taxas de juros, os fundos de pensão estão buscando diversificar seus investimentos e para isso começam a olhar com mais atenção para o ESG, em detrimento dos já tradicionais títulos públicos federais, que sempre garantiram boa rentabilidade.

Além disso, eles estão se preocupando cada vez mais em seguir os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança), que podem gerar valor no longo prazo e reduzir riscos.

Essa foi a tônica das falas dos presidentes e diretores dos principais fundos de pensão do país, durante o Seminário de Investimentos, Governança e Aspectos Jurídicos da Previdência Complementar (Siga), realizado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.

O presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), João Fukunaga, disse que é preciso reavaliar os investimentos e aproveitar as oportunidades que surgem em diferentes setores, como o de infraestrutura. “É o momento de pensar em diversificar. A rentabilidade que buscamos pode não estar mais apenas em renda fixa. Temos de ter um olhar mais abrangente”, afirmou.

Fukunaga também defendeu a melhoria da governança nas empresas onde a Previ tem participação, especialmente nas chamadas “true corporations”, que são empresas de capital disperso, sem um controlador definido. Ele citou o caso da Vale, o maior investimento em renda variável do fundo de pensão, que passou por uma crise após o rompimento da barragem de Brumadinho. “Queremos mais: princípios de transparência, integridade, equidade e responsabilidade corporativa em todo o mercado”, disse.

O diretor de investimentos e finanças da Valia (fundo de pensão dos funcionários da Vale), Maurício Wanderley, também destacou a importância da diversificação dos investimentos, mas ressaltou que a Valia sempre buscou essa estratégia, independentemente do cenário econômico. “Daqui para frente, temos que pensar na diversificação, em como manteremos o retorno de nossas carteiras. Não estamos falando em curto prazo, temos que pensar muito mais à frente”, reforçou.

Wanderley disse que a diversificação precisa ser associada aos critérios ESG, que podem trazer benefícios sociais e ambientais, além de financeiros. “Não estamos falando em curto prazo, temos que pensar muito mais à frente”, disse.

O presidente da Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa), Ricardo Pontes, lembrou as recentes mudanças climáticas que afetaram diversas regiões do mundo e disse que esse é um tema que deve ser considerado nos investimentos. “Esse é um grande tema que temos que associar aos investimentos e a todas as responsabilidades que temos. Além dos desafios, temos que ter o olhar da sustentabilidade”, afirmou.

O diretor interino de seguridade da Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras), Frederico Schulz, foi mais além “Será importante avançar nas práticas ESG e gerar valor com sustentabilidade de no longo prazo, aliados aos objetivos da previdência complementar”.


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