Durante o Simpósio sobre Instrumentos Fiscais e Tributários Sustentáveis, realizado no âmbito do Global Meeting – Circuito COP30, o vice-advogado-geral da União, Flávio Roman, apresentou uma análise abrangente sobre o papel da Secretaria de Promoção da Segurança Jurídica no Ambiente de Negócios (SEJAN) e os avanços institucionais da AGU na promoção do desenvolvimento sustentável e da agenda ESG no Brasil.
Roman ressaltou a importância da segurança jurídica como vetor estruturante da transição ecológica e destacou a sinergia entre os instrumentos jurídicos da AGU e os conselhos permanentes do programa ESG20+, coordenado pelo Instituto Global ESG.
Um novo modelo de governança jurídica e participativa
A SEJAN foi instituída como uma ferramenta técnica e republicana para promover o diálogo entre o Estado e a sociedade civil organizada, com foco na construção de soluções jurídicas estruturantes para questões complexas. Segundo Roman, trata-se de um “instrumento democrático de articulação” que rompe com a lógica tradicional de judicialização excessiva dos conflitos e promove a consensualidade como método de enfrentamento das incertezas normativas que impactam o ambiente de negócios.
“A judicialização da vida não traz respostas que o tempo do Brasil precisa. Ela gera frustração e perda de oportunidades. A SEJAN oferece um caminho estruturado para prevenção de litígios e formulação de soluções normativas com base no diálogo”, afirmou.
Estrutura multissetorial e alcance nacional
Com dois comitês temáticos — um tributário e outro regulatório — a SEJAN é composta por representantes da advocacia pública e privada, dos setores produtivos e de trabalhadores, além de instituições estratégicas do país. Participam do colegiado o CONPEG, a ANPM, o Conselho Federal da OAB, a FEBRABAN, CNI, CNA, CNT, CUT, Força Sindical, SEBRAE e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.
Essa composição permite à AGU diagnosticar incertezas jurídicas com impacto setorial, muitas vezes relacionadas a lacunas ou falhas normativas, e construir soluções articuladas — desde pareceres e orientações técnicas até propostas legislativas.
Exemplos de impacto concreto
Entre os casos emblemáticos tratados pela SEJAN, Roman destacou:
A convergência com os conselhos do ESG20+
Roman destacou a consonância entre a atuação da SEJAN e três conselhos permanentes do programa ESG20+, desenvolvido pelo Instituto Global ESG:
Ele celebrou a iniciativa do Instituto na construção do Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável e defendeu a atuação coordenada entre Estado, setor produtivo e sociedade civil como alicerce para a viabilidade da transição ecológica.
“A articulação que propomos na SEJAN é idêntica àquela defendida pelos conselhos do ESG20+. A AGU se vê como parceira dessa construção”, pontuou.
Instrumentos jurídicos e protagonismo ambiental da AGU
No campo da sustentabilidade, Roman apresentou iniciativas estruturantes da AGU:
Um novo papel institucional da AGU
Flávio Roman encerrou a exposição defendendo que a AGU avança para um papel mais propositivo, estruturante e comprometido com a construção de um Estado Socioambiental de Direito.
“Estamos vivendo a transição de uma advocacia pública defensiva para uma advocacia pública articuladora, que reconhece o enfrentamento da crise climática como um imperativo constitucional, ético e civilizatório. O futuro exige base jurídica sólida e vontade institucional para construir um país mais justo, sustentável e democrático.”