O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, apresentou no Global Meeting – Circuito COP30 um panorama abrangente das ações e compromissos da instituição voltados à sustentabilidade, à inclusão produtiva e à inovação financeira. Realizado pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Instituto Global ESG, o encontro reuniu lideranças dos setores público e privado para discutir os instrumentos fiscais e tributários como vetores do desenvolvimento sustentável.
Em sua fala, Vieira destacou o protagonismo da Caixa na promoção de uma economia de baixo carbono e no enfrentamento das desigualdades regionais e sociais, com números expressivos e metas ousadas. “O desenvolvimento sustentável não pode mais ser apenas um objeto. Ele precisa ser um caminho real, concreto, mensurável e trilhado com ousadia, responsabilidade e visão de futuro”, afirmou.
Reconhecimento ao movimento ESG
Vieira iniciou sua intervenção saudando autoridades presentes, como o ministro da AGU, Jorge Messias; o ministro da CGU, Vinícius Carvalho; a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros; e o presidente do Instituto Global ESG, Alexandre Arnone. Dirigiu-se especialmente ao coordenador-geral do Programa ESG20+ e vice-presidente do Instituto Global ESG, Sóstenes Marchezine: “Achei que você era mais um Quixote. Hoje vejo que é um realizador. Deixo aqui meu reconhecimento de todo o trabalho que vocês têm feito.”
Aplicações com impacto e metas até 2030
A Caixa já aplicou R$ 811 bilhões com impacto direto em dois dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e estabeleceu a meta de atingir R$ 1 trilhão até 2030. Parte desse montante está direcionada a áreas prioritárias como eletromobilidade, saneamento básico e transformação urbana, essenciais para a transição climática.
Na inclusão produtiva, foram investidos R$ 124 milhões em microcrédito rural no Pronaf-B, beneficiando cerca de 10 mil famílias. A meta é alcançar R$ 1 bilhão até o fim de 2025, priorizando pequenos produtores das regiões Norte e Centro-Oeste, em parceria com o Banco da Amazônia (BASA) e o Banco do Brasil.
Fundo socioambiental e novos editais
Outro destaque foi o anúncio da destinação de R$ 111 milhões do fundo socioambiental da Caixa — formado por 2% do lucro líquido do banco — para cinco grandes chamadas públicas:
“São iniciativas que evidenciam o compromisso da Caixa com o desenvolvimento regional, a equidade e a justiça ambiental”, disse Vieira.
Inovação, digitalização e compromisso ambiental
Vieira anunciou ainda a meta de zerar o uso de papel em todas as operações da Caixa, o que resultará na preservação de cerca de 44 mil árvores por ano. Apenas no crédito habitacional, que soma 3 mil operações diárias, a digitalização permitirá a eliminação de 4.400 árvores por ano.
O presidente também compartilhou histórias de impacto direto das políticas da instituição, como a da pescadora Dona Silvete, da região Norte, que obteve um motor de popa por meio do microcrédito e triplicou sua produção sem agredir o meio ambiente.
A Caixa mantém uma vice-presidência dedicada exclusivamente à sustentabilidade e adota o “Selo Azul” para construtoras e incorporadoras que evitam desperdícios em projetos habitacionais. A atuação em governança é reforçada com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), destacando a preocupação com a integridade e a transparência institucional.
Rumo à COP30
Vieira concluiu reforçando o papel da Caixa como banco público parceiro do governo federal, com frentes estruturadas em habitação sustentável, cidadania resiliente, transição climática justa e financiamento de arranjos financeiros inovadores. Segundo ele, o banco está pronto para contribuir com soluções concretas até a realização da COP30, que ocorrerá no Brasil em 2025.
“O caminho é coletivo, estruturado e baseado em compromissos reais. Estamos mobilizados para fazer acontecer”, finalizou.