IBICT amplia liderança na informação para a sustentabilidade e projeta expansão internacional com foco em ciência aberta, ESG e inovação tecnológica

Órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) consolida sua atuação como referência nacional e internacional na democratização do conhecimento, apresenta projetos estruturantes para o futuro da sustentabilidade e anuncia novas frentes de cooperação com a ONU, União Europeia, UFMS, FAPEC e BRICS

20/06/2025 20h03 - Atualizado há 10 horas

Nosso compromisso é levar informação de qualidade à sociedade de forma aberta, democrática e acessível. O IBICT é, acima de tudo, uma ponte entre quem produz conhecimento e quem precisa dele para transformar realidades”, afirmou o pesquisador Márcio Antônio Magalhães Canedo, durante participação especial em evento promovido pelo Instituto Global ESG em Brasília.

 

Com quase 70 anos de história, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) apresentou um panorama abrangente de suas atividades, plataformas e programas estratégicos, destacando sua missão institucional de promover a infraestrutura informacional da ciência, tecnologia e inovação, e seu protagonismo crescente na área da sustentabilidade.

 

Durante a exposição, foi projetado um vídeo institucional que apresentou a trajetória, missão e estrutura do IBICT, assim como seus principais produtos e serviços voltados à ciência aberta, informação tecnológica, sustentabilidade e apoio ao setor produtivo. O momento teve também falas de especialistas e coordenadores do instituto, que enriqueceram o diálogo com diferentes perspectivas e propostas de cooperação.

 

Instituto de Excelência em Ciência da Informação

Criado oficialmente em 1976 e sucessor do antigo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD), fundado em 1954, o IBICT é uma das 13 instituições vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e reúne atualmente cerca de 500 profissionais entre Brasília e o Rio de Janeiro.

 

O instituto mantém um programa de pós-graduação em Ciência da Informação, em parceria com a UFRJ, que obteve nota 6 na CAPES — o que o posiciona como um dos dois únicos programas de excelência na área no Brasil — e passou a oferecer também pós-doutorado, consolidando-se como um centro singular e de vanguarda.

 

Somos um centro de excelência que conecta pesquisa, ensino, dados e inovação. Nossa atuação vai muito além da produção acadêmica. Nós organizamos, qualificamos e disseminamos o conhecimento científico como uma ferramenta de impacto social e desenvolvimento sustentável”, ressaltou Silvana Vidotti, professora da UNESP e pesquisadora do IBICT.

 

 

Laboratório de Informação para Sustentabilidade e os três eixos de atuação

Lançado em 2022, o Laboratório de Informação para a Sustentabilidade (LIS) é uma das iniciativas mais inovadoras do IBICT. Com base em uma abordagem transdisciplinar, o LIS atua em três frentes principais:

 

  1. Entendimento do conceito de sustentabilidade: Trabalha na construção de referenciais comuns sobre o que significa ser sustentável, em diferentes contextos – corporativo, governamental, doméstico e acadêmico.
  2. Métricas e indicadores: Mapeia, organiza e analisa como a sustentabilidade vem sendo medida, quais impactos são captados e quais ainda permanecem invisíveis, promovendo recortes ambiental, social e socioambiental.
  3. Disseminação da informação: Desenvolve plataformas, interfaces e linguagens adequadas a diferentes públicos, incluindo crianças, gestores públicos e comunidades tradicionais.

 

Precisamos romper com o jargão técnico que exclui e criar uma linguagem acessível, compreensível e transformadora. Nosso papel é levar a sustentabilidade para todos, com base em dados, ciência e clareza”, afirmou o pesquisador Tiago Rodrigues, um dos líderes do LIS.

 

Entre os produtos inovadores do laboratório está o Mapa Conceitual da Sustentabilidade, desenvolvido em parceria com a Embrapa, que mapeia mais de 422 termos extraídos de 15 bases de dados brasileiras — uma visualização inédita do vocabulário da sustentabilidade no país. A ferramenta, interativa e em constante atualização, é útil para pesquisadores, jornalistas, formuladores de política pública e empresas.

 

Banco Nacional de Inventário do Ciclo de Vida: base de dados estratégica para o Brasil

Outro destaque da apresentação foi o SICV – Sistema de Inventário do Ciclo de Vida, um banco nacional de dados sobre o perfil ambiental de produtos, processos e organizações. Criado em 2016, o SICV já reúne 218 inventários de diferentes setores da economia nacional, como alimentos (soja, café, carne), transporte, plástico, cimento, entre outros.

 

O SICV é o maior da América Latina. Ele traduz em números tudo o que entra e sai no processo de produção de um produto – energia, resíduos, emissões, consumo hídrico. Isso é valor. Isso é transparência. E transparência hoje é moeda”, enfatizou Tiago Rodrigues.

 

O banco integra plataformas internacionais como a GLAD, da ONU Meio Ambiente, e a ferramenta brasileira Lavoisier, também aceita pela ONU como referência global para conversão de dados de sustentabilidade, é mantida pelo IBICT. Com esse conjunto de recursos, o instituto oferece suporte técnico para empresas brasileiras que desejam se alinhar às exigências crescentes de mercados internacionais, como a União Europeia, que deve exigir inventários ambientais para exportações até 2030.

 

 

Enterprise Europe Network e internacionalização com sustentabilidade

O IBICT coordena no Brasil a Enterprise Europe Network (EEN), maior rede de apoio à internacionalização de empresas do mundo, com mais de 3 mil especialistas. A rede, criada em 2008 pela União Europeia, atua na promoção de negócios sustentáveis para PMEs, em cooperação com parceiros como a FAPEC, CNI, Embrapia e ApexBrasil.

 

Trabalhamos para que pequenas empresas brasileiras aprendam a se internacionalizar de forma sustentável. Para isso, usamos ferramentas como o SBRT, a ACV e o LIS para transformar dados em estratégia e viabilidade. É disso que se trata o ESG na prática”, explicou Márcio Canedo.

 

O instituto será responsável pelas rodadas de negócios do bloco WBA BRICS – Women Business Alliance, durante a cúpula do BRICS em julho, e levará o projeto do Centro de Democracia Energética ao Global BioIndia, em setembro, com o apoio da FAPEC e da UFMS.

 

Apoio ao poder público, equidade de gênero e povos indígenas

O IBICT firmou parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro para criação de uma plataforma voltada ao empreendedorismo feminino sustentável, no escopo do programa “Mulheres em Frente”. A proposta será apresentada durante a COP, em reunião a ser realizada no Rio.

 

Também está em desenvolvimento uma plataforma de informação sobre sustentabilidade para os povos indígenas, em articulação com o Ministério dos Povos Indígenas. O projeto envolve o secretário-geral da pasta, Eloy Terena, e busca integrar as ações internacionais do ministério com uma base robusta de dados abertos.

 

A informação é um direito e um instrumento de autonomia. Nosso papel é garantir que cada pessoa, cada território, cada setor produtivo tenha acesso ao conhecimento que permite transformar sua realidade”, declarou Silvana Vidotti.

 

 

Educação científica e publicações para todos os públicos

O IBICT também se dedica à divulgação científica em larga escala, com materiais que vão desde publicações técnicas até cartilhas infantis. Uma dessas publicações, ilustrada por personagens da Turma da Mônica, foi desenvolvida com apoio da CNI para introduzir o conceito de Avaliação do Ciclo de Vida ao público infantojuvenil.

 

Outro exemplo é o Canal Ciência, uma das primeiras iniciativas de comunicação científica digital no país. O portal disponibiliza informações em português sobre sustentabilidade, dados científicos, programas de pós-graduação e grupos de pesquisa.

 

 

Convite à colaboração institucional

Temos mais de 70% dos ministérios como parceiros, ajudando na criação de plataformas de informação e na formulação de políticas públicas baseadas em evidência. E queremos ampliar ainda mais essas colaborações”, frisou Márcio Canedo.

 

Ao final do encontro, os representantes do IBICT receberam moções honrosas do Instituto Global ESG e da coordenação do evento, em reconhecimento à sua contribuição para o avanço do conhecimento e da sustentabilidade no Brasil e no mundo.

 

O IBICT é um verdadeiro patrimônio nacional da informação. Em nome do Instituto Global ESG, deixo aqui registrado nosso respeito, parceria e gratidão. A transformação passa, necessariamente, pelo acesso ao conhecimento e pela valorização de quem o produz com ética, ciência e compromisso com o país”, destacou Paola Comin, coordenadora técnica do Instituto Global ESG.

 

 

Confira o vídeo: https://youtu.be/GGxgywOxJI8?si=0U_tHkEHtglPZLN5


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