“A COP vai ser um marco, mas não o fim: é só o começo.”
Com essa afirmação, Cíntia Oller Céspedes, gerente de Sustentabilidade da FEBRABAN, sintetizou a importância de 2025 para o Brasil e para o setor financeiro durante o Global Meeting – Finanças Sustentáveis, evento promovido pelo Instituto Global ESG e pela Frente Parlamentar ESG na Prática, dentro do Circuito COP30. A fala ressaltou que a realização da COP no Brasil deve ser aproveitada para impulsionar um movimento duradouro de transformação, com a mobilização de recursos e a ampliação do engajamento intersetorial.
Cíntia destacou que o setor bancário brasileiro já possui décadas de atuação em temas socioambientais, com regulamentação do Banco Central desde 2008, reforçada por iniciativas como o GR-SAC (2014), o movimento #BCSustentabilidade (2021) e a recente autorregulação SARB 26 (2023), voltada ao combate ao desmatamento ilegal na cadeia da carne. A FEBRABAN, segundo ela, atua como articuladora técnica e estratégica, promovendo guias, estudos e normativas internas para apoiar a governança ESG do setor.
Entre as frentes prioritárias para 2025, Cíntia citou:
Também foi destacada a realização da jornada “Rumo à COP”, desenvolvida em parceria com ANBIMA e CNSEG, que já engajou mais de 400 profissionais de áreas diversas do setor financeiro.
“Não é só com o pessoal da sustentabilidade que vamos fazer essa transformação acontecer. Precisamos trazer riscos, controladoria, negócios, todos os setores”, afirmou Cíntia.
Ao final, reforçou-se o desafio central: mobilizar US$ 1,3 trilhão para viabilizar a transição climática, conectando projetos qualificados a recursos disponíveis, sejam internos, externos, públicos ou privados. O exemplo do Ecoinvest, com seu primeiro leilão bem-sucedido, e da plataforma BIP, que busca facilitar esse encontro entre demanda e capital, foram citados como caminhos concretos já em andamento com apoio do Tesouro Nacional.
“Todo mundo tem um monte de projeto e fala que falta recurso. E todo mundo tem um monte de recurso e fala que não acha projeto. É nesse gap que a gente precisa trabalhar.”
— Cíntia Oller Céspedes, gerente de Sustentabilidade da FEBRABAN
Saiba mais:
• O Instituto Global ESG atua no fortalecimento do Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável (MRESG), com base nos 20 Princípios Norteadores do ESG20+.
• A Frente Parlamentar ESG na Prática promove a articulação suprapartidária entre o Legislativo e outros poderes e setores em torno de políticas sustentáveis e boas práticas de governança.
• O Global Meeting – Finanças Sustentáveis integra o Circuito COP30, reunindo especialistas, autoridades e representantes de instituições públicas e privadas em torno da agenda climática e financeira.
• A FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) é responsável por coordenar e fomentar a agenda de autorregulação e sustentabilidade entre os principais bancos do país.
• A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e a CNSEG (Confederação Nacional das Seguradoras) são parceiras estratégicas da FEBRABAN na capacitação e no engajamento do setor rumo à COP30.