O Ambiental, Social e Governança tornou-se pauta da geopolítica. O conceito converteu-se para a base da política chinesa na sociedade contemporânea, com motivos variando de aumentar o turismo e até de ganhar mais poder de negociação no cenário global.
Com a intensa industrialização do país na década de 90, ao aumentar sua capacidade de oferta nos setores dinamizadores da competitividade, sua inserção econômica e comercial no mercado global foi considerada inevitável. Apesar de seu avanço econômico, o país tornou-se um gigante na poluição, com emissões de CO2 superando a dos Estados Unidos em 2008, além de uma grande concentração de desmatamento no noroeste do país.
A partir de 2010, o Estado começou a investir e focar na transição energética, com um montante de 80 bilhões de dólares investidos somente no ano de 2022. Para o geógrafo e geopolítico, Alexandre Buccini, o principal motivo por trás deste capital está na não dependência do petróleo. O especialista ressaltou a crise do petróleo de 1974, em que a OPEP aumentou o preço do combustível fóssil em 400%, e concluiu que a potência chinesa não estaria confortável em ficar dependente dos países do Oriente Médio.
Ademais, o também geógrafo Henrique Cruz citou a questão do turismo, em que devido à grande concentração de CO2 nas cidades chinesas, seu turismo não estava em potencial total. "A grande concentração populacional fez crescer a produção de esgoto, contaminando os principais rios do país. A poluição também é causada pelos resíduos industriais e agrícolas, criando uma paisagem pouco convidativa".
Por fim, pode-se citar a tensão EUA x China, em que ao sair do acordo de Paris, o Estado americano gerou um buraco na geopolítica global, buraco este que, para Alexandre, o país chines viu como oportunidade de tornar-se líder em sustentabilidade e pressionar seu rival econômico. Conclui-se, então, segundo o especialista, que o ESG tornou-se global e moverá as economias mundiais nos próximos anos.