08/02/2024 às 13h00min - Atualizada em 08/02/2024 às 13h00min

Geopolítica mundial: especialistas explicam motivos por trás do investimento chinês na transição energética

China analisa oportunidade de intensificar seu turismo e pressionar os Estados Unidos

Victor Marchiori
Victor Marchiori
Portal Solar/Notícia

O Ambiental, Social e Governança tornou-se pauta da geopolítica. O conceito converteu-se para a base da política chinesa na sociedade contemporânea, com motivos variando de aumentar o turismo e até de ganhar mais poder de negociação no cenário global.

 

Com a intensa industrialização do país na década de 90, ao aumentar sua capacidade de oferta nos setores dinamizadores da competitividade, sua inserção econômica e comercial no mercado global foi considerada inevitável. Apesar de seu avanço econômico, o país tornou-se um gigante na poluição, com emissões de CO2 superando a dos Estados Unidos em 2008, além de uma grande concentração de desmatamento no noroeste do país. 

 

A partir de 2010, o Estado começou a investir e focar na transição energética, com um montante de 80 bilhões de dólares investidos somente no ano de 2022. Para o geógrafo e geopolítico, Alexandre Buccini, o principal motivo por trás deste capital está na não dependência do petróleo. O especialista ressaltou a crise do petróleo de 1974, em que a OPEP aumentou o preço do combustível fóssil em 400%, e concluiu que a potência chinesa não estaria confortável em ficar dependente dos países do Oriente Médio. 

 

Ademais, o também geógrafo Henrique Cruz citou a questão do turismo, em que devido à grande concentração de CO2 nas cidades chinesas, seu turismo não estava em potencial total. "A grande concentração populacional fez crescer a produção de esgoto, contaminando os principais rios do país. A poluição também é causada pelos resíduos industriais e agrícolas, criando uma paisagem pouco convidativa".

 

Por fim, pode-se citar a tensão EUA x China, em que ao sair do acordo de Paris, o Estado americano gerou um buraco na geopolítica global, buraco este que, para Alexandre, o país chines viu como oportunidade de tornar-se líder em sustentabilidade e pressionar seu rival econômico. Conclui-se, então, segundo o especialista, que o ESG tornou-se global e moverá as economias mundiais nos próximos anos.

 







 
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