Na ambição de atingir a neutralidade climática até 2050, a Comissão Europeia revelou ontem, 6/2, sua nova meta. Objetivo seria a redução de 90 % das emissões líquidas dos gases do efeito estufa, e engloba mudanças no setor industrial e na agropecuária.
Segundo a Comissão, os investimentos iniciais estariam focados na produção de energia limpa, na descarbonização dos processos industriais, e em melhorar a eficácia energética econômica dos países integrantes da União Europeia. Além disso, os países devem investir um adicional de 1,5% de seu PIB na causa, além do corte dos subsídios aos combustíveis fósseis. Estima-se que a maior parte dos recursos financeiros será de iniciativas públicas privadas visadas ao investimento hipo-carbónico.
Ademais, de acordo com a instituição, será necessário um investimento médio anual de 660 bilhões de euros no setor energético e de 870 bilhões no setor de transporte, entre os anos de 2031 e 2050. Tais recursos seriam destinados para a descarbonização do setor industrial, uma mudança para combustíveis sustentáveis nos modais de transporte, e na melhora da eficácia energética nas indústrias, ou seja, na somente utilização de energia sustentável na área. Prevê-se que após os investimentos, o setor de transporte reduzirá suas emissões em 80% e o setor energético será totalmente descarbonizado até esta data.
Outrossim, foi destacado o impacto da agricultura e discutido uma melhora no Acordo Verde. Atualmente, o setor agrícola é responsável por 11% de todas as emissões na UE e vem criticando, abertamente, as medidas sustentáveis, devido à falta de competição internacional na exportação em comparação com outros países. Devido à pressão, a Comissão somente sugeriu a mudança, dizendo: “O setor agrícola pode também estabelecer um papel central na transição, ao mesmo tempo em que garante, suficientemente, a produção de alimentos na Europa, assegurando preços juntos e provendo outros serviços vitais, como aumentar a capacidade dos solos e das florestas de armazenar carbono” concluiu.
Ainda por cima, foi previsto uma melhora no Acordo Verde, em que o mesmo deveria tornar-se um acordo de descarbonização industrial, visando a otimização das vantagens industriais já existentes, incluindo as energias renováveis e a ampliação e foco na inovação tecnológica sustentável. Inicialmente, o citado acordo foi lançado em 2019 e visa a neutralidade climática da UE até 2050 por uma série de iniciativas, além de um foco principal na agropecuária. No mesmo ano de seu lançamento, a Comissão Europeia descreveu: "O Pacto Ecológico Europeu será financiado por um terço dos 1,8 biliões de euros de investimentos do Plano de Recuperação do NextGenerationEU e pelo orçamento da UE para sete anos”.
A proposta da Comissão marca o começo da formulação da meta climática da União Europeia para 2040, anunciando que uma proposta de lei será apresentada pela próxima Comissão, após as eleições europeias programadas para junho.
Para finalizar, Wopke Hoekstra, Comissário responsável pela Ação Climática, concluiu: “Acabamos de viver o ano mais quente já registrado. Os argumentos a favor da ação climática não têm qualquer dúvida e requerem planeamento agora. No futuro, teremos de nos apoiar mais firmemente em duas pernas: um clima seguro e saudável para todos viverem e uma economia forte e resiliente, com um futuro brilhante para os negócios e uma transição justa para todos.”