O Global Meeting – Circuito COP30: Simpósio de Economia Circular e Cadeias Produtivas Sustentáveis, no Complexo Na Praia (Brasília) e com transmissão do Poder360 e da TV Global ESG no YouTube, ouviu um chamado direto de Kallel Kopp, CEO da IS Eco: a sustentabilidade precisa seduzir, engajar e caber na vida real.
“A sustentabilidade tem que ser atrativa, irresistível, simples, criativa e acessível — não pode ser exceção”, afirmou.
Para ele, o entretenimento é a alavanca perfeita para mudar comportamentos e redesenhar cadeias:
“Eventos são plataformas de comunicação, captação de recursos e encantamento.”
Sustentabilidade que dá vontade de usar
Kopp partiu de uma constatação incômoda — e urgente: “Ou a gente muda, ou é mudado.”
A visão da IS.Eco nasce da experiência do executivo em grandes projetos de infraestrutura (linhas de transmissão, rodovias), onde viu “tanto recurso e tão pouco impacto” em programas socioambientais.
A virada veio ao perceber que, no mercado bilionário de eventos, as pessoas já chegam “com o coração aberto para receber a mensagem”, num estado emocional comparável a um rito. É ali que se “planta a semente” de novos hábitos sem academicismo: simples, direto, encantador.
“A parte técnica — indicador, captação, monitoramento, métrica — é o mínimo. É o alicerce. Em cima disso, construímos pertencimento e encantamento.”
Fechar ciclos — com pessoas no centro
Para Kopp, economia circular é verbo de ação: “Sustentabilidade é sobre fechar ciclos.”
Isso significa estruturar logística reversa que devolve materiais à cadeia (como as embalagens consumidas em shows) e, sobretudo, integrar os elos sociais que tornam a reciclagem possível.
“Não dá mais para desassociar a questão ambiental da questão social. Gestão de resíduos não é sobre caminhões e esteiras; é sobre famílias — os ‘heróis’ que transformam material em renda.”
Como fazer nos eventos?
Acessibilidade como regra, não exceção
Kopp ampliou o escopo: acessibilidade é universal.
“Todos vamos precisar de acesso em algum momento — incapacidade temporária, envelhecimento, ter filhos. Não pode ser invisibilizada.”
Em eventos e cadeias produtivas, isso se traduz em infraestrutura, linguagem e serviços inclusivos desde o design.
Cultura pela permanência: ROI e futuro
Sem rodeios, o CEO legitima motivações pragmáticas: “Que seja pelo egoísmo: eu quero continuar. Quero que meus filhos continuem. Sustentabilidade também é ‘grana’.”
Ao conectar valor econômico, mitigação de risco e reputação a práticas circulares, ele amplia a base de adesão e tira a pauta do gueto.
Engajamento em rede: o 3×3 do bem
Com humor e provocação, Kopp sugeriu um método simples de escala: cada pessoa engaja três, que engajam outras três — e assim por diante.
Uma “pirâmide positiva” de práticas: separar resíduos, devolver embalagens, cobrar métricas, incluir catadores, exigir acessibilidade, compartilhar resultados.
“O convite é se envolver no lugar que você ocupa. Usem as plataformas que vocês têm e transformem os espaços.”
Referências práticas para quem opera eventos
Contexto institucional do evento
O Global Meeting – Circuito COP30 é uma realização do Instituto Global ESG, em parceria com a Embrapa e o Grupo R2. Conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o fomento do Grupo Arnone e apoios interinstitucionais de órgãos públicos, empresas, movimentos sociais e instituições científicas. O simpósio integra a agenda preparatória da COP30 (Belém, 2025), projetando o Brasil como protagonista em economia circular, cadeias produtivas sustentáveis e governança climática.