Kallel Kopp defende “sustentabilidade irresistível” e transformação de eventos em plataformas de impacto no Global Meeting

CEO da IS Eco propõe tornar a sustentabilidade simples, criativa e acessível, integrar catadores e métricas nas operações e usar o entretenimento para fechar ciclos — “Eventos são plataformas de comunicação, captação de recursos e encantamento”

20/09/2025 14h05 - Atualizado há 3 dias

O Global Meeting – Circuito COP30: Simpósio de Economia Circular e Cadeias Produtivas Sustentáveis, no Complexo Na Praia (Brasília) e com transmissão do Poder360 e da TV Global ESG no YouTube, ouviu um chamado direto de Kallel Kopp, CEO da IS Eco: a sustentabilidade precisa seduzir, engajar e caber na vida real.

 

A sustentabilidade tem que ser atrativa, irresistível, simples, criativa e acessível — não pode ser exceção”, afirmou.


Para ele, o entretenimento é a alavanca perfeita para mudar comportamentos e redesenhar cadeias:

 

Eventos são plataformas de comunicação, captação de recursos e encantamento.

 

Sustentabilidade que dá vontade de usar

Kopp partiu de uma constatação incômoda — e urgente: “Ou a gente muda, ou é mudado.

 

A visão da IS.Eco nasce da experiência do executivo em grandes projetos de infraestrutura (linhas de transmissão, rodovias), onde viu “tanto recurso e tão pouco impacto” em programas socioambientais.

 

A virada veio ao perceber que, no mercado bilionário de eventos, as pessoas já chegam “com o coração aberto para receber a mensagem”, num estado emocional comparável a um rito. É ali que se “planta a semente” de novos hábitos sem academicismo: simples, direto, encantador.

 

A parte técnica — indicador, captação, monitoramento, métrica — é o mínimo. É o alicerce. Em cima disso, construímos pertencimento e encantamento.

 

Fechar ciclos — com pessoas no centro

Para Kopp, economia circular é verbo de ação: “Sustentabilidade é sobre fechar ciclos.

 

Isso significa estruturar logística reversa que devolve materiais à cadeia (como as embalagens consumidas em shows) e, sobretudo, integrar os elos sociais que tornam a reciclagem possível.

 

Não dá mais para desassociar a questão ambiental da questão social. Gestão de resíduos não é sobre caminhões e esteiras; é sobre famílias — os ‘heróis’ que transformam material em renda.

Como fazer nos eventos?

  • Ponto de descarte claro, coleta qualificada e rastreável.
  • Contratação e visibilidade de cooperativas de catadores, EPI e condições dignas.
  • KPIs públicos (desvio de aterro, retorno por material, renda e segurança dos trabalhadores).
  • Prestação de contas pós-evento, com aprendizados e plano de melhoria.


Acessibilidade como regra, não exceção

Kopp ampliou o escopo: acessibilidade é universal.

 

Todos vamos precisar de acesso em algum momento — incapacidade temporária, envelhecimento, ter filhos. Não pode ser invisibilizada.

 

Em eventos e cadeias produtivas, isso se traduz em infraestrutura, linguagem e serviços inclusivos desde o design.

 

Cultura pela permanência: ROI e futuro

Sem rodeios, o CEO legitima motivações pragmáticas: “Que seja pelo egoísmo: eu quero continuar. Quero que meus filhos continuem. Sustentabilidade também é ‘grana’.

 

Ao conectar valor econômico, mitigação de risco e reputação a práticas circulares, ele amplia a base de adesão e tira a pauta do gueto.

 

Engajamento em rede: o 3×3 do bem

Com humor e provocação, Kopp sugeriu um método simples de escala: cada pessoa engaja três, que engajam outras três — e assim por diante.

 

Uma “pirâmide positiva” de práticas: separar resíduos, devolver embalagens, cobrar métricas, incluir catadores, exigir acessibilidade, compartilhar resultados.

 

O convite é se envolver no lugar que você ocupa. Usem as plataformas que vocês têm e transformem os espaços.

Referências práticas para quem opera eventos

  • Planejamento: metas de desvio de aterro, retorno de embalagens, inclusão social; contratos com cláusulas ambientais e sociais.
  • Operação: coleta seletiva guiada, sinalização, equipes treinadas, parceria com cooperativas, pesagem e QR codes para rastreio.
  • Transparência: dashboards em tempo real, relatório público pós-evento (resultados e lições).
  • Experiência: mensagens curtas em palco/telões, ativações que tornem a prática desejável (recompensas, storytelling).
  • Acessibilidade: rotas, banheiros, comunicação inclusiva, apoio a necessidades temporárias.

Contexto institucional do evento

O Global Meeting – Circuito COP30 é uma realização do Instituto Global ESG, em parceria com a Embrapa e o Grupo R2. Conta com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o fomento do Grupo Arnone e apoios interinstitucionais de órgãos públicos, empresas, movimentos sociais e instituições científicas. O simpósio integra a agenda preparatória da COP30 (Belém, 2025), projetando o Brasil como protagonista em economia circular, cadeias produtivas sustentáveis e governança climática.


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