Agenda ESG ganha destaque na moda com foco em governança, responsabilidade social e ambiental

Empresas do setor têm buscado formas de se adequar às diretrizes ESG, rumo à Agenda 2030 e práticas empresariais que visam combater as desigualdades integrando agendas sociais, ambientais e de governança.

A conformidade da cadeia produtiva, a eliminação do trabalho análogo à escravidão e infantil, e o fim da isenção tributária federal para as compras até U$50,00 realizadas por meio das plataformas internacionais, são algumas das principais preocupações do segmento.

De acordo com dados da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), nos últimos anos houve avanços significativos nesses aspectos, com um aumento na adoção de práticas sustentáveis, na melhoria das condições de trabalho.

A ABVTEX reúne as mais representativas redes de varejo nacionais e internacionais, contemplando mais de 110 marcas que comercializam vestuário, calçados, acessórios de moda, além de artigos têxteis para o lar. 

“É fundamental que as empresas do setor da moda estejam alinhadas com a Agenda ESG, garantindo assim a construção de uma cadeia de valor mais responsável e consciente. Estamos trabalhando em parceria com nossos associados varejistas e outras organizações para promover boas práticas e incentivar a transparência em todas as etapas, e os resultados tem sido impactantes", afirma Edmundo Lima, diretor executivo da ABVTEX.

Um exemplo é o Programa ABVTEX, que representa o esforço setorial das redes varejistas para a implantação das melhores práticas de compliance entre seus fornecedores e subcontratados.

Lançado em 2010, o Programa estabelece diretrizes para a adoção de ações de responsabilidade socioambiental e compliance na cadeia de fornecimento do varejo de moda.

A iniciativa contempla a realização de auditoria presencial independente e imparcial com o objetivo de verificar a aderência dos fornecedores e seus subcontratados aos critérios e requisitos estabelecidos.

Entre as questões observadas nas auditorias do Programa ABVTEX estão as condições estruturais das edificações, a existência de trabalho infantil; o trabalho forçado ou análogo ao escravo; o trabalho com estrangeiros em situação irregular; a existência de crianças no ambiente de trabalho; a existência de discriminação, abuso ou assédio e demais formas de violência no âmbito do trabalho; a saúde e segurança do trabalho; a prevenção e combate a incêndio; o monitoramento da cadeia de fornecimento; além de questões relacionadas à área ambiental.

Desde 2010, mais de 57 mil auditorias foram realizadas, fazendo com que mais de 386 mil trabalhadores tenham seus direitos e boas condições de trabalho garantidos.

Outra iniciativa importante ligada à Agenda ESG foi a construção colaborativa com outras entidades do guia ‘Moda e Clima: um guia para medição e inventário de Gases de Efeito Estufa', para orientar as empresas na adoção das melhores práticas em relação à proteção ao meio ambiente e redução dos impactos das emissões.

Considerando o porte e abrangência do setor da moda, a redução das emissões em toda sua cadeia produtiva, no Brasil e no mundo, é uma efetiva contribuição ao planeta.