Durante o Global Meeting – Finanças Sustentáveis, um dos momentos mais emocionantes foi a lembrança da mega operação humanitária organizada para apoiar o Rio Grande do Sul diante da tragédia climática que afetou o estado em 2024. No painel protagonizado por Carley Welter, representante da ANATC (Associação Nacional de Transporte e Cargas), os bastidores de uma ação silenciosa, mas de proporções históricas, vieram à tona como exemplo da força do ESG quando colocado verdadeiramente em prática.
Coordenada em tempo recorde, a força-tarefa envolveu o envio diário de mais de 20 toneladas de insumos, movimentando mais de 400 carretas por meio de uma complexa logística terrestre, aérea e marítima. A mobilização foi viabilizada pela articulação entre o Instituto Global ESG, a ANATC, operadores logísticos, lideranças do setor de transporte e infraestrutura, e diversas frentes parlamentares, especialmente a de portos e aeroportos.
“Não foi uma ação planejada para repercussão. Pouco foi divulgado à época, mas vidas foram salvas. E isso é o que mais importa. O ESG também é sobre isso: estar presente quando é mais urgente”, destacou Sóstenes Marchezine, vice-presidente do Instituto Global ESG, ao lado de Carley durante o painel.
A operação funcionou com lógica emergencial: remédios e suprimentos hospitalares foram enviados por aviões executivos, alimentos seguiram em fluxos constantes por rodovias, e insumos menos urgentes foram despachados por navios. A ação contou com o engajamento direto de caminhoneiros, pilotos, voluntários e gestores públicos, demonstrando que a verdadeira sustentabilidade é construída em rede — com sensibilidade, cooperação e resposta rápida.
“A gente se olhou e entendeu que não dava para esperar por protocolos. Era preciso agir. E, naquele momento, cada peça fez a diferença”, ressaltou Carley Welter, emocionado.
O painel foi realizado no Salão Nobre Kofi Annan, sede do Instituto Global ESG em Brasília, e integrou a programação do Global Meeting, que reuniu lideranças públicas, empresariais e acadêmicas para discutir soluções de financiamento sustentável, governança climática e desenvolvimento socioambiental. A lembrança da força-tarefa gaúcha reafirmou o valor da convergência multissetorial como engrenagem do ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação) e do Princípio 20 do Programa ESG20+, que norteia a atuação do movimento ESG na Prática.
O episódio também reforça o propósito do ESG enquanto prática viva, e não mero discurso corporativo.
“Aquela foi a hora em que não falamos de ESG. Vivemos o ESG. E isso precisa ser lembrado, documentado e replicado”, concluiu Sóstenes.