Durante sua participação no Global Meeting – Finanças Sustentáveis, a executiva Mariana Castro, da Domani Global, destacou as soluções da empresa para mensuração de emissões, planos de descarbonização e estruturação de projetos de compensação via créditos de carbono e CPR Verde, em uma exposição marcada por conteúdo técnico e provocação estratégica.
“Se você deixa para fazer no ano seguinte, começar em março para o seu inventário ficar pronto em julho, Inês é morta”, afirmou Mariana, ao defender a mensuração mensal de emissões de gases de efeito estufa (GEE) como estratégia central para organizações que buscam consolidar políticas ambientais reais e auditáveis. Para isso, a empresa desenvolveu o DomaniSage Sustainability as a Service, plataforma digital que automatiza a coleta de dados e viabiliza inventários simplificados, acessíveis e contínuos, especialmente para empresas de pequeno e médio porte.
Além disso, a Domani atua com consultoria ESG estratégica e possui outra solução digital voltada à due diligence automatizada para crédito agrícola, reforçando a transversalidade do ESG em setores produtivos diversos.
O foco principal da apresentação, no entanto, recaiu sobre os projetos de créditos de carbono, área na qual a empresa nasceu e se consolidou como referência, especialmente com o desenvolvimento pioneiro de metodologias próprias para a CPR Verde – Cédula de Produto Rural Verde.
“A CPR Verde não é, tecnicamente, um crédito de carbono, mas é um título financeiro que serve à mesma finalidade: compensação. Com o diferencial de ser mais acessível, rápido e viável. Enquanto um projeto VERRA demora até 36 meses e exige áreas acima de 20 mil hectares, nós conseguimos estruturar projetos de CPR Verde em 10 a 12 meses e a partir de 2.500 hectares”, explicou Mariana.
Inspirada na CPR tradicional do setor agropecuário, a versão verde tem como lastro os serviços ecossistêmicos gerados pela preservação ambiental. Segundo Mariana, o Brasil, com sua legislação ambiental rigorosa e exigência legal de reserva legal em propriedades rurais, tem capacidade de suprir até 15% da demanda global de créditos de carbono.
“Nenhum outro país tem uma exigência legal como a nossa. E os créditos só podem ser gerados em áreas de excedente de reserva legal, ou seja, além do que já é exigido”, reforçou.
Com certificação validada pelo INPE e títulos comercializados via B3, a CPR Verde ganha respaldo institucional e financeiro. Porém, para alcançar maior escala e visibilidade, Mariana defende a educação do mercado financeiro e dos gestores públicos sobre esse mecanismo.
“O mercado precisa conhecer a CPR Verde. Ela tem credibilidade, é acessível e representa uma enorme oportunidade para impulsionar a agenda de descarbonização no Brasil com soluções que não dependem exclusivamente de grandes fundos ou players internacionais”, complementou.
Ao concluir sua fala, Mariana reiterou que não existe solução única para a descarbonização. A compensação via créditos de carbono deve caminhar junto com estratégias de redução real de emissões e com uma visão holística sobre os contextos regionais, setoriais e institucionais.
“O ideal é reduzir emissões. Mas ninguém vai conseguir zerar. Então, o que não conseguimos reduzir, podemos e devemos compensar com responsabilidade.”
Saiba mais sobre a Domani Global:
A Domani é uma consultoria estratégica especializada em ESG e sustentabilidade, com atuação em todo o Brasil. Desenvolve metodologias próprias, plataformas digitais e projetos de impacto em setores como agronegócio, indústria, finanças e economia verde.
Saiba mais sobre o Global Meeting – Finanças Sustentáveis:
Evento promovido pelo Instituto Global ESG e pela Frente Parlamentar ESG na Prática do Congresso Nacional, como parte do Circuito COP30 – ESG20+. A iniciativa integra o Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável (MRESG) e promove o diálogo entre setor público, privado e sociedade civil organizada para a consolidação de soluções econômicas e regulatórias de impacto socioambiental.
Saiba mais sobre o Programa ESG20+:
O Programa ESG20+ é uma agenda de 20 anos (2025–2045) ancorada em 20 Princípios Norteadores para o Desenvolvimento Sustentável, fruto de ampla mobilização nacional conduzida pelo Instituto Global ESG, Movimento ESG na Prática, ABRIG e múltiplas instituições públicas e privadas.
Confira vídeo: https://youtu.be/4i2n5z6-10s?si=R86lBtOvgiJCHSak