Alexandre Arnone defende valorização da economia circular e democratização da pauta ESG no Brasil durante o Global Meeting – Finanças Sustentáveis

Presidente do Instituto Global ESG e líder do Movimento ESG na Prática convoca o sistema financeiro, as empresas e a sociedade a atuarem juntos pela transformação do desenvolvimento sustentável em realidade concreta no país

20/06/2025 19h51 - Atualizado há 6 horas

Durante o Global Meeting – Finanças Sustentáveis, o presidente do Instituto Global ESG e coordenador nacional do Movimento Interinstitucional ESG na Prática, Alexandre Arnone, protagonizou uma fala contundente e reflexiva sobre o desafio de tornar a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) uma pauta compreendida, vivida e aplicada por toda a sociedade brasileira — e não apenas por especialistas, corporações ou instituições financeiras.

 

Sua intervenção ocorreu em um momento de grande representatividade institucional, reunindo autoridades públicas, bancos, empresas, entidades de classe e organizações sociais comprometidas com o avanço da sustentabilidade no Brasil, com foco na implementação do Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável.

 

O compromisso do Instituto Global ESG e do Movimento ESG na Prática é levar essa agenda para dentro e para fora dos gabinetes, dos fóruns empresariais e dos centros técnicos. ESG precisa se transformar em conteúdo de vida, acessível, compreensível e aplicável. Só assim alcançaremos o bem comum, com impacto real na vida das pessoas”, afirmou Arnone.

 

 

A importância da informação e da cultura ESG para além do sistema financeiro

Na avaliação do dirigente, é urgente ampliar o acesso à informação qualificada e simplificada sobre ESG para além do sistema financeiro, onde os temas de sustentabilidade costumam permanecer restritos. Arnone chamou atenção para o desconhecimento da maioria da população sobre o que fazem instituições como a ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento) ou mesmo a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), que têm papel estruturante na agenda de finanças sustentáveis.

 

O Brasil ainda carece de uma cultura ESG disseminada. Precisamos de uma alfabetização socioambiental ampla, permanente e intersetorial. Isso passa por educação, comunicação e mobilização social. Quando a gente pergunta o que é ESG, a maioria responde com a sigla: ambiental, social e governança. Mas e depois disso? Que instituições estão envolvidas? Que soluções estão sendo construídas? Quais caminhos de participação estão abertos? Essa lacuna precisa ser enfrentada”, enfatizou.

 

 

Economia Circular: a chave para um novo modelo de desenvolvimento

Um dos pontos mais estruturantes da fala de Arnone foi a defesa da economia circular como alternativa real e prática ao modelo exaurido da economia linear. O presidente do Instituto alertou para a falsa sensação de sustentabilidade criada por ações superficiais baseadas exclusivamente na reciclagem, e propôs uma mudança de mentalidade em favor da reutilização, como estratégia de inovação regenerativa e menor impacto ambiental.

 

A maioria acredita que o futuro está na reciclagem, mas isso ainda é limitado. O verdadeiro caminho está na reutilização. A economia circular propõe uma nova cultura — menos extrativa, mais inteligente e colaborativa — que evita o desperdício, valoriza a longevidade dos produtos e reduz nossa dependência de recursos naturais como minérios e florestas”, explicou.

 

Ele exemplificou com ações cotidianas e acessíveis, como reaproveitar móveis, reconfigurar espaços e prolongar o ciclo de uso de materiais em vez de descartá-los. Para Arnone, essa lógica precisa ser reconhecida como vetor estratégico de desenvolvimento sustentável, sendo incorporada nas decisões de consumo, nos processos produtivos e nas políticas públicas.

 

 

O papel transformador do sistema financeiro

Arnone também fez um chamado ao setor financeiro para que atualize seus critérios de avaliação e passe a reconhecer com mais profundidade os empreendimentos comprometidos com a lógica circular. Ele destacou que, muitas vezes, empresas verdadeiramente engajadas em práticas sustentáveis não conseguem acessar crédito ou incentivos porque operam fora dos padrões convencionais de análise de risco.

 

O sistema financeiro tem o poder de induzir mudanças. É preciso valorizar e apoiar quem está construindo soluções circulares, regenerativas e justas. Esses atores merecem não só reconhecimento, mas prioridade nas políticas de crédito, investimento e fomento. Isso é ESG na prática”, pontuou.

 

 

ESG como mobilização nacional e compromisso interinstitucional

Ao concluir sua participação, Alexandre Arnone reforçou que o Instituto Global ESG e o Movimento ESG na Prática têm promovido ações concretas e estruturadas em prol da governança sustentável no país, com base em diretrizes técnicas, articulação política e pactos intersetoriais. Entre essas ações, destacam-se o Programa ESG20+, os 20 Princípios Norteadores do ESG para o Desenvolvimento Sustentável, o lançamento da Frente Parlamentar ESG na Prática no Congresso Nacional, e uma série de acordos com universidades, tribunais, agências de desenvolvimento e o próprio setor empresarial.

 

Precisamos romper as bolhas institucionais e transformar o ESG em pauta do dia a dia, da comunidade, do pequeno negócio, da escola pública, das políticas urbanas e rurais. A transformação sustentável depende de união, clareza, responsabilidade e coragem. Estamos aqui para conectar, simplificar e entregar soluções. O futuro é circular, inclusivo e regenerativo — e ele começa com decisões que tomamos agora”, concluiu.

 

 

 

Saiba mais:

Instituto Global ESG:

Organização independente que atua na articulação de soluções jurídicas, institucionais e estratégicas para promover o desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo.

 

 

Movimento ESG na Prática:

Iniciativa interinstitucional que une Poder Público, empresas e sociedade civil com o objetivo de implementar o ESG de forma real e efetiva, com foco nos 20 Princípios Norteadores e na construção do Marco Regulatório do ESG.

 

Programa ESG20+:

Agenda nacional com visão de longo prazo (2025–2045), voltada à estruturação normativa e institucional do ESG no Brasil, ancorada em compromissos multilaterais, políticas públicas e instrumentos jurídicos.

 

Global Meeting – Finanças Sustentáveis:

Encontro multissetorial que reuniu líderes do setor público, da academia, do sistema financeiro, da iniciativa privada e da sociedade civil para debater caminhos e soluções para o financiamento do desenvolvimento sustentável.

 

 

? Assista à fala completa de Alexandre Arnone:

https://youtu.be/o_3fCRka0Og?si=mdCvMcYOUV8hlKhw

 

 


Notícias Relacionadas »
Fale com a gente pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? Escreva o que precisa