Durante o Global Meeting – Finanças Sustentáveis, realizado no Salão Nobre Kofi Annan do Instituto Global ESG, o deputado federal Flávio Nogueira, presidente da Frente Parlamentar ESG na Prática e secretário de Inovação Legislativa da Câmara dos Deputados, fez um apelo à pacificação institucional e ao fortalecimento da agenda ESG como vetor estratégico para o desenvolvimento do país.
“Vivemos mais uma vez momentos graves na vida brasileira, e o que falta é exatamente o que já tivemos no passado: uma política de conciliação, capaz de unir aqueles que têm um projeto de país”, afirmou o parlamentar.
Inspirando-se em exemplos históricos, Nogueira relembrou o Ministério da Conciliação criado em 1853, sob o Segundo Império, como referência para o momento atual. O gabinete formado por Dom Pedro II excluiu radicais e reuniu os partidos dispostos a um projeto nacional. Segundo o deputado, esse modelo deveria inspirar o Congresso e os agentes políticos de hoje.
“Radicalismo não pode tomar conta da política. Precisamos de equilíbrio, de meio-termo. Dissenso é importante, mas com diálogo qualificado, como propiciam as frentes parlamentares”, declarou.
Ao tratar da pauta ambiental, o deputado defendeu que o Brasil tem posição privilegiada na corrida pela sustentabilidade:
“Somos um país abençoado pela natureza. A transição energética é a mais fácil de se fazer aqui. Temos matriz limpa, energias renováveis, inclusive hidrelétricas, e agora um marco legal que fortalece nosso protagonismo internacional.”
Ele se referia à Lei nº 15.042/2024, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE). A nova legislação foi celebrada como um divisor de águas na regulamentação do mercado de carbono no país. Para Nogueira, o próximo passo é garantir sua implementação efetiva e ampliar o acesso do Brasil ao crédito de carbono e à confiança global.
“Estamos avançados, mas precisamos acelerar. É hora de conquistar não apenas crédito de carbono, mas crédito na comunidade internacional”, pontuou.
Flávio Nogueira também prestou homenagens a Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual presidente da FIM, reconhecendo sua liderança reformista e conciliadora.
“Rodrigo faz falta na política. Foi um presidente que conciliava, e o país precisa de mais lideranças com esse perfil.”
A conferência foi encerrada com um convite à reflexão sobre os erros do passado e a urgência de um presente comprometido com o futuro sustentável:
“Não podemos permanecer no erro. Temos que criar o presente com responsabilidade e sustentar o futuro. Isso é ESG.”
Também esteve presente o deputado federal Júlio Lopes, presidente da Frente Parlamentar Brasil Competitivo, que participou das agendas institucionais do evento.
Saiba mais sobre a Frente Parlamentar ESG na Prática (FPESG):
Criada no âmbito do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar ESG na Prática reúne deputados e senadores de diferentes partidos com o objetivo de impulsionar o Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável. Trata-se de uma frente suprapartidária voltada à integração das diretrizes ambientais, sociais e de governança às políticas públicas e à atuação legislativa, tendo como base o legado de Kofi Annan e os 20 Princípios Norteadores do ESG.
Saiba mais sobre o Instituto Global ESG e o Movimento ESG na Prática:
O Instituto Global ESG é uma organização de referência dedicada à promoção da sustentabilidade, da governança ética e da inovação socioambiental. Em cooperação com diversas instituições públicas e privadas, lidera o Movimento Interinstitucional ESG na Prática, que articula ações concretas em prol do desenvolvimento sustentável, da educação transformadora e da responsabilidade institucional em múltiplos setores da sociedade.
Saiba mais sobre o Programa ESG20+ e os 20 Princípios Norteadores do ESG:
O Programa ESG20+ estabelece uma visão estratégica para os próximos 20 anos (2025–2045), orientado por 20 princípios fundamentais que integram critérios ambientais, sociais e de governança de forma transversal. Esses princípios formam a espinha dorsal do Marco Regulatório do ESG para o Desenvolvimento Sustentável, servindo de guia para legislações, políticas públicas, investimentos e boas práticas no setor público, privado e terceiro setor.