22/07/2024 às 14h34min - Atualizada em 22/07/2024 às 14h34min

Brasil enfrenta desafio crítico com descarte inadequado de lixo em 2023

Quantidade foi suficiente para encher 233 estádios do Maracanã, evidenciando crise de gestão ambiental

Da Redação
Da Redação
Aterro sanitário em Goiás | Foto: reprodução
Um novo relatório da Associação Brasileira de Resíduo e Meio Ambiente (Abrema) revelou dados alarmantes sobre o manejo de resíduos no Brasil em 2023. Segundo o estudo, o país destinou inadequadamente impressionantes 33,3 milhões de toneladas de lixo, quantidade suficiente para encher 233 estádios do Maracanã, evidenciando uma crise de gestão ambiental que exige atenção imediata.

Desafio nos Lixões

O relatório da Abrema aponta que dos 33,3 milhões de toneladas de resíduos, impressionantes 27,9 milhões foram parar em lixões a céu aberto, contrariando as normativas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que visa erradicar esses depósitos até agosto deste ano.

A falta de coleta de 5,3 milhões de toneladas de resíduos adiciona outra camada ao problema, elevando os riscos à saúde pública e intensificando a urgência por medidas eficazes.

Impacto Per Capita

Segundo a mesma fonte, cada habitante no Brasil produziu uma média de 380 kg de resíduos sólidos em 2023. Comparativamente, dados do Banco Mundial sugerem que a produção média global de resíduos sólidos por pessoa por ano é de cerca de 740 kg, indicando que, embora abaixo da média global, a gestão do descarte no Brasil requer atenção urgente.

Políticas e Soluções Propostas

Em resposta à crise, especialistas e ambientalistas convocam a aceleração na implementação de aterros sanitários adequados, além de uma maior ênfase na reciclagem e nas práticas sustentáveis.

"O Brasil enfrenta uma janela crítica para alinhar suas práticas de gestão de resíduos com padrões globais e sustentáveis, crucial não apenas para o meio ambiente mas para a saúde pública," comenta Dr. Luís Roberto Barroso, especialista em políticas públicas da Universidade de São Paulo.

Próximos Passos

O relatório da Abrema sugere que a adoção de tecnologias avançadas em reciclagem e a educação contínua sobre práticas sustentáveis podem desempenhar um papel vital na reformulação da gestão de resíduos no país. Além disso, a integração de políticas públicas que incentivem a redução da produção de resíduos e o aumento da eficiência da coleta são vistas como essenciais.

O desafio de superar a crise de gestão de resíduos no Brasil é grande, mas com a colaboração entre o governo, a indústria e a sociedade civil, há esperança de que o país possa atingir os objetivos de sustentabilidade necessários para proteger seu futuro ambiental e a saúde de suas populações.

Chamado à Ação para Práticas Sustentáveis

O relatório da Abrema serve como um chamado à ação para as autoridades brasileiras e a sociedade civil. A implementação efetiva de práticas de reciclagem e compostagem, juntamente com a educação ambiental robusta, são vistas como medidas críticas para abordar a crise de resíduos do país.

Especialistas em gestão de resíduos e ambientalistas argumentam que além de expandir a infraestrutura para coleta e processamento adequados, o Brasil deve fomentar uma cultura de consumo responsável e redução de resíduos.

"É fundamental que mudemos nossa relação com os resíduos, não apenas como um problema a ser gerido, mas como um recurso valioso que pode ser reintegrado em nossa economia circular," afirma João Carvalho, especialista em políticas de sustentabilidade.

Futuro dos Resíduos no Brasil

A medida que o prazo para a erradicação dos lixões se aproxima, a pressão aumenta sobre os municípios e o governo federal para que cumpram com suas obrigações legais e ambientais. A transição para aterros sanitários que operam de acordo com os padrões ambientais é apenas o primeiro passo para resolver a questão dos resíduos no Brasil.

O sucesso dessa transição será crucial para o Brasil não apenas para atender às exigências legais, mas também para melhorar a saúde pública e proteger os ecossistemas vitais do país, garantindo um futuro mais sustentável e responsável em termos ambientais.
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