17/07/2024 às 14h37min - Atualizada em 17/07/2024 às 14h37min

Governo Federal diz que irá consultar ministros sobre suposto caso trabalho escravo em SC

Mulher foi supostamente em condição análoga à escravidão há pelo menos 20 anos

Por Sofia Aguiar e Caio Spechoto/Agência Estado
Por Sofia Aguiar e Caio Spechoto/Agência Estado
Nbr
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que irá consultar ministros para se inteirar sobre o caso da mulher que foi supostamente mantida em trabalho análogo à escravidão em Santa Catarina na casa de um desembargador, Sônia Maria de Jesus Lula disse não querer "criminalizar e julgar", mas que se interessou pelo caso e irá acompanhar de perto.

"Eu estava vendo no início da abertura aqui o depoimento que a nossa companheira contou de uma menina que trabalhava de empregada doméstica durante 41 anos e em uma denúncia anônima essa pessoa foi parar na Justiça. Era o chamado trabalho escravo análogo. O que eu acho muito grave" disse nesta quarta-feira, 17, em encerramento da 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência em Brasília.

"Não sou advogado, é apenas um palpite. Como é que pode haver uma decisão para que essa pessoa que estava há 41 anos em uma casa voltasse para a mesma casa. Em nome do que? Em nome do que? Em defesa do que? Eu não quero criminalizar e julgar. Mas a casa em que ela trabalhava era de um desembargador. Então, não tem sentido", acrescentou Lula.

O presidente, então, citou o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e disse que pretende consultar outros ministros "para saber o que de fato está acontecendo". "Se a sociedade parar de deixar de acreditar nas instituições, nós sabemos o que pode acontecer nesse país", afirmou.

Em 2023, a Polícia Federal abriu investigações que atribuiu ao desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, e à sua mulher suspeita de manter uma trabalhadora doméstica em condição análoga à escravidão há pelo menos 20 anos. A vítima é surda e muda e morava na casa do desembargador há duas décadas, sem receber salário e assistência à saúde.
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