Nesta quarta-feira, 19 de junho, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, em parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a Toshiba, lançou os primeiros testes de um inovador protótipo de ônibus elétrico alimentado por bateria de íons de lítio com nióbio. Esta tecnologia pioneira promete uma recarga completa em apenas 10 minutos, representando um avanço significativo para a mobilidade elétrica.
Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, descreve o projeto como uma iniciativa voltada para o futuro da mobilidade. Iniciado em 2019, a CBMM e a Toshiba lideraram o desenvolvimento dos óxidos mistos de titânio com nióbio para o ânodo das células das baterias, conhecido como NTO, antes de convidar a Volkswagen para participar em 2021.
"Esta será a primeira aplicação automotiva de uma bateria com essa tecnologia. Devido à nossa experiência como pioneiros no Brasil em veículos elétricos, fomos convidados para explorar a viabilidade desta inovação", explica Cortes.
Além da rápida recarga, a tecnologia de bateria de nióbio promete permitir que os veículos operem continuamente por até 24 horas sem necessidade de recarga prolongada. A expectativa é que a vida útil da bateria seja até três vezes maior do que as convencionais atualmente disponíveis.
O teste do protótipo será realizado em uma rota fixa, com recargas no início ou no fim do trajeto via pantógrafo de 300 kW. Todos os componentes serão monitorados em tempo real para otimizar o desempenho e informar ajustes necessários antes da comercialização. Segundo a Volkswagen, a expectativa é que a bateria NTO esteja disponível no mercado até 2025.
Sobre o Futuro do Projeto
A Volkswagen planeja expandir os testes para uma pequena frota no médio prazo, visando à produção em escala comercial. Apesar dos benefícios substanciais, Cortes reconhece que o preço inicial desta nova tecnologia será superior ao do diesel, destacando a necessidade de políticas públicas de apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias.
As empresas não divulgaram o investimento total no desenvolvimento da tecnologia, mas a CBMM investe aproximadamente R$ 250 milhões anualmente em seu programa de tecnologia, com uma parcela significativa destinada ao desenvolvimento de baterias.