Em 2023, a escola Dom Luciano Cabral Duarte, localizada em Aracaju (SE), desenvolveu um congresso que contou com a apresentação de mais de 155 projetos científicos, onde alunos do Ensino Médio Integral tiveram a oportunidade de desenvolver propostas com foco na sustentabilidade.
Entre os projetos desenvolvidos estão a produção de perfumes, maquiagem vegana, adubos orgânicos e até mesmo extração de óleos essenciais. Segundo Antonio Hamilton dos Santos, professor e coordenador da escola, o objetivo é provocar discussões atuais e estimular o interesse na iniciação científica no ensino médio.
Os encontros contaram com minicursos, palestras, atrações culturais e mostra de atividades científicas. Lívia Ribeiro Mendonça, uma das estudantes da escola, afirma que as atividades despertaram nela um senso científico importante.
"Foi fundamental para meu desenvolvimento como estudante e futura profissional. Por causa das ações que elaboramos, apresentei dois trabalhos no Congresso Nacional de Educação, em João Pessoa, preenchendo meu currículo com novos certificados. Tem sido uma experiência, de fato, muito positiva", diz a estudante.
Os projetos são recorrentes e os alunos podem sempre mostrar interesse em se candidatar. São mais de 15 temas disponíveis, que vão de Adubos Orgânicos à Programação de Aplicativos, passando por Reaproveitamento de Resíduos e Direitos Humanos.
Os Alunos também expuseram trabalhos no IX Congresso Nacional de Educação (CONEDU), em João Pessoa (PB).
3. Escola de idiomas conecta alunos com atividades sustentáveis
A Yázigi promove desde 2019 o programa “Act to Impact”, em que os alunos participam de ações voltadas a questões ambientais e sociais. Todas as iniciativas são baseadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Em 2023, a primeira fase do programa foi focada na questão ambiental, através de ações de conscientização e destinação correta de resíduos eletrônicos. Mais de 1,6 tonelada deste tipo de resíduo foi coletada nos pontos das escolas Yázigi.
A segunda fase teve foco na parte social. Um programa de conscientização sobre a importância da saúde mental foi lançado para alunos, pais e professores. A iniciativa ainda contou com conteúdo sobre como tornar as escolas emocionalmente seguras.
4. Escola estimula o auxílio de estudantes à população de rua
A Escola Lumiar Pinheiros, localizada na zona oeste de São Paulo, é um projeto social transdisciplinar com o objetivo de desenvolver nos alunos um olhar sobre os impactos da desigualdade no entorno da escola. O tema da população de rua foi escolhido pelos alunos, porque viam os moradores no caminho que faziam para a escola e não entendiam por que algumas pessoas viviam dessa forma.
“O projeto serve para eles compreenderem que o mundo é muito mais do que o espaço escolar e desenvolverem a consciência de que a desigualdade social é uma realidade, às vezes, bem próxima a nós”, explica Danilo Heitor Vilarinho Cajazeira, mestre de Geografia na Escola Lumiar Pinheiros.
O projeto reuniu estudantes dos 7º, 8º e 9º ano envolvendo as cinco áreas do ensino: Língua Portuguesa, Geografia, História, Artes e Matemática. Durante o primeiro trimestre, foram coletados dados e ideias para as questões das pessoas em situação de rua, além de visitas e entrevistas com profissionais da área e conscientização da comunidade escolar.
Na primeira fase, os alunos tiveram contato com estruturas públicas de apoio à população de rua, como o centro municipal de apoio, o CRAS, e viram exemplos de grades e objetos para impedir a circulação e permanência da população de rua. No segundo e terceiro trimestres, os estudantes elaboraram um projeto para ajudar a população de rua da região.
5. Escola pública maranhense ensina alunos a identificarem e preservarem nascentes
No Centro Educa Mais Professor Ribamar Torres, escola de Ensino Médio Integral em Pastos Bons (MA), uma professora trabalha questões socioambientais com seus alunos com o objetivo de proteger nascentes e preservar o cerrado. O conteúdo da iniciativa também é divulgado no TikTok para conscientizar a população em geral.
O primeiro projeto criado pela professora Rosa Maria foi focado no mapeamento dos olhos d'água da zona urbana do sertão maranhense. Intitulado de “Olhos nos Olhos”, o trabalho também levou alunos para a limpeza das nascentes.
Os discentes ainda conversaram com moradores dos arredores para entender a história de cada local. Na aula de matemática, calcularam a vazão das fontes estudadas. “O objetivo é engajar os alunos em atividades práticas de temas transversais contemporâneos que contemplem os ODS da ONU, relacionando o meio ambiente com a vivência de cada um”, conta Rosa Maria.
Com o projeto “Olhos nos Olhos”, a professora recebeu o Selo Professor Transformador pelo Instituto Significare e o prêmio Territórios do Instituto Tomie Ohtake, em 2022. No ano passado, ainda esteve entre os 100 Professores Protagonistas da Mudança no Save for Tomorrow, promovido pela Samsung.
Izabel Cirqueira, aluna impactada pelo projeto, quer cursar ciências contábeis na faculdade. Ela conta que “tudo está envolvido nesse trabalho, inclusive a matemática. Lá no início, fizemos o mapeamento dos olhos d’água usando aplicativos de GPS. Vimos quantos quilômetros, quanto tempo para chegar a cada um e gostei muito disso.”