Climate Action 100+ publica padrão Net Zero para empresas de óleo e gás

Na última quarta-feira, 27 de março de 2024, o Climate Action 100+, a maior iniciativa de engajamento de investidores sobre mudança climática no mundo, publicou uma pesquisa sobre setor de petróleo e gás. O estudo se concentrou em dez das maiores empresas do ramo, e utilizou o Padrão Net Zero para Petróleo e Gás (NZS O&G) para examinar suas estratégias de transição para um futuro de baixo carbono.
 
Realizada pelo Centro de Iniciativa de Caminho de Transição (TPI Centre), a análise destacou uma lacuna nas informações necessárias para que os investidores avaliem de maneira eficaz os riscos de transição enfrentados por essas empresas. A pesquisa indicou que, de forma geral, as companhias cumpriram apenas 19% das métricas estabelecidas pelo NZS O&G, indicando pouca quantidade e qualidade nas informações divulgadas.
 
As conclusões também ressaltaram diferenças notáveis entre as práticas de divulgação de empresas baseadas na Europa e na América do Norte, com as europeias mostrando maior transparência e comprometimento com metas alinhadas às exigências climáticas globais. O cenário sugere uma melhor preparação dessas empresas em relação às estratégias de diversificação e redução de emissões.
 
A falta de dados sobre elementos essenciais das estratégias de transição, como a captura de carbono e os planos de produção, foi identificada como um obstáculo significativo para uma compreensão completa dos riscos de transição por parte dos investidores. Fica evidente, ainda, a divergência nas estratégias adotadas pelas empresas do setor para enfrentar os desafios e oportunidades da transição energética.
 
Dan Gardiner, Chefe de Pesquisa de Transição da IIGCC, destacou que a intenção do estudo é oferecer aos investidores dados detalhados sobre a qualidade da divulgação das empresas de petróleo e gás, bem como suas estratégias de diversificação e identificar onde os riscos de transição podem ser mais significativos. "Ao mostrar a ampla variação na qualidade da divulgação das empresas e estratégias de diversificação, esta análise permite aos investidores ver onde esse risco é mais agudo.”, comentou Gardiner.