05/03/2024 às 13h43min - Atualizada em 05/03/2024 às 13h43min

Brasil tem mais de um milhão de pessoas infectadas por dengue

Governo de São Paulo decreta Estado de emergência com Ministério da Saúde projetando até três milhões de casos em 2024 no Brasil

Bianca Rocha
Bianca Rocha
Dengue/Envato

A epidemia de dengue no Brasil neste ano tem atingido proporções alarmantes, com um aumento significativo no número de casos em comparação com anos anteriores. Com mais de um milhão de infectados em dois meses, o país enfrenta uma crise de saúde pública, em diferentes estados e municípios. Muitos já declararam estado de emergência. 

 

O Governo de São Paulo declarou nesta terça-feira (5), estado de emergência, após o registrar a marca de 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. Foram confirmados até o momento 138.259 casos de dengue, com mais de 361,6 mil notificações de infecção provável. 31 pessoas morreram, enquanto outros 122 óbitos estão em investigação.

 

Dos pacientes afetados, 1.821 apresentaram ou apresentam sinais de alarme, enquanto 169 evoluíram para o quadro grave. As mortes relacionadas à dengue ocorreram em 21 municípios do estado, com concentração em cidades como São Paulo, Marília, Guarulhos e Campinas. 

 

São Paulo se junta a outras oito unidades da federação, sendo eles: Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amapá. O Ministério da Saúde diz que 192 municípios decretaram contingência no estado.

 

Os dados, são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgados pelo Ministério da Saúde, revelam uma situação preocupante: O número de casos  o Brasil até o momento é quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, que já havia sido considerado um dos piores anos para a doença. Além disso, projetam que podemos ter até três milhões de casos em 2024 no país.

Fonte: Ministério da Saúde

 

O mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, encontra condições ideais para se proliferar em água parada, sendo o calor um fator determinante para a eclosão dos ovos e desenvolvimento das larvas. As condições extremas de calor e umidade são atribuídas tanto ao fenômeno climático El Niño quanto às mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global.

 

A presença simultânea dos quatro sorotipos do vírus aumenta ainda mais a gravidade da situação, pois aumenta as chances de reinfecção, tornando a dengue mais agressiva e aumentando o risco de desenvolvimento da forma hemorrágica da doença, que pode ser fatal.

Fonte: Ministério da Saúde

Especialistas apontam diversas razões para a explosão da epidemia, incluindo o excesso de calor e chuva desde o fim do ano passado, a circulação simultânea de todos os quatro sorotipos do vírus da dengue no Brasil e o crescimento desordenado das cidades. 

 

O risco de morte por dengue é maior entre os idosos, sendo 8 vezes mais comum entre aqueles com 60 anos ou mais, principalmente devido à presença de comorbidades como diabetes e hipertensão. 

 

Até o momento, o país tem 278 mortes confirmadas pela doença, mais de 700 óbitos em investigação e 597 coeficientes de incidência. 55,5 dos infectados são mulheres, contra 44,5% dos homens

 

PARA O INFECTOLOGISTA…

 

A dengue, se manifesta através da dor de cabeça, corpo, e atrás dos olhos, também febre, enjoos, vômitos, manchas vermelhas. Sonolência, irritabilidade e confusão mental, também estão na lista de sintomas.  A dengue também tem suas categorias. A clássica e a hemorrágica, que destrói as plaquetas responsáveis pela coagulação, fazendo com que o paciente tenha sangramentos na gengiva ou fezes.

 

Entretanto, não há um tratamento específico para a doença. Os sintomas devem ser amenizados de acordo com a indicação médica. Normalmente esse tratamento é realizado por uso de  fluidos e de medicamentos para a dor, como a  dipirona e o paracetamol que possuem efeitos analgésicos. Vale ressaltar também, que os medicamentos não podem ser ingeridos sem indicação médica para casos de dengue.

 

Casos mais graves exigem cuidados hospitalares, como a internação.

 

Ao Global ESG, o Infectologista do Instituto Emílio Ribas, Jamal Suleiman, diz que sempre que tem uma catástrofe humana há oportunistas de plantão. Suleiman, diz que vê a propagação de remédios para o tratamento da dengue, e também de medicamentos que foram utilizados como formas de tratamento, não indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como no caso da Cloroquina.

 

“Tem pessoas propagando tratamento com limão e garapa (caldo de cana). Isso, para qualquer ser humano que pensa, chama a atenção para a característica estapafúrdia da abordagem. O correto é procurar ajuda em um serviço de assistência para ser submetido ao tratamento. Nenhum desses remédios tem eficácia contra o vírus da dengue”, explica o infectologista.


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