29/02/2024 às 19h05min - Atualizada em 29/02/2024 às 19h05min
Evento reúne especialistas para debater desmatamento zero no agronegócio brasileiro
Representantes do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e instituições especializadas palestraram sobre o equilíbrio entre produção e sustentabilidade
João Kerr e Arthur Mirov
João Kerr Nesta quinta-feira (29), o Instituto Internacional para Sustentabilidade promoveu o evento “Regulações, produção de comodities agrícolas e desmatamento zero”. O encontro contou com representantes do Ministério do Meio Ambiente, da embaixada do Reino Unido e diversos pesquisadores.
O tema principal foi a adequação da agricultura brasileira à nova legislação da União Europeia. Desde junho de 2023, todas as importações feitas pelo bloco precisam comprovar desmatamento zero em sua cadeia de produção.
O primeiro painel do evento contou com André Lima, secretário do Ministério do Meio Ambiente, e Sarah Clegg, cônsul-geral do Reino Unido em São Paulo. Nele, foram discutidos os caminhos para o desmatamento zero da agricultura brasileira.
A meta do MMA é alcançar o desmatamento zero até 2030. O termo refere-se ao combate ao desmatamento ilegal, estimular a preservação ambiental e promover a restauração.
“Estamos com muito foco em restauração florestal no bioma amazônico. É onde temos uma demanda social e fundiária muito forte. A restauração pode ser um elemento de consolidação do pequeno agricultor de forma sustentável”, disse André Lima ao Global ESG.
Durante a tarde, foram apresentados as descobertas e realizações do Projeto Trade HUB. Um dos principais insights obtidos foi de que o café é a commodity brasileira que deve ser adequar mais facilmente à nova legislação europeia. A carne, por sua vez, deve ter os maiores desafios.
O evento ainda contou com o lançamento do documentário “Coexistência: Natureza, Produção e Comércio no Cerrado Brasileiro”.
Ao final, representantes do IBAMA, do IPAM, do Imaflora e outros especialistas discorreram sobre os desafios para a conformidade dos produtores brasileiros à nova regulamentação.
Em entrevista exclusiva, André Guimarães, diretor executivo do IPAM, diz que a legislação brasileira dificulta essa adequação. “Não é uma tarefa simples. Hoje, a lei permite parte do desmatamento”.
“O Brasil deveria negociar essas condições e o continente europeu poderia incentivar essa adequação. A Europa deveria ajudar a estimular a esse tipo de regra.”, completou André.