Em relatório divulgado pela S&P Global Ratings, prevê-se que a emissão de títulos verdes, sociais, de sustentabilidade e vinculados à sustentabilidade (GSSSB) cheguem à marca de trilhão de dólares neste ano. Segundo a organização, a demanda por projetos de transição energética, a pressão macroeconômica por transparência e o crescimento dos mercados emergentes são as causas desta estimativa.
Os títulos verdes são instrumentos financeiros que possibilitam ao governo captar recursos junto a investidores, comprometendo-se a reembolsar o capital com acréscimo de juros num período estabelecido. Os valores arrecadados têm como destino obrigatório o financiamento de iniciativas sustentáveis, incluindo a transição para energias renováveis, o desenvolvimento de meios de transporte mais ecológicos, entre outros projetos voltados para a sustentabilidade.
Além disso, a S&P antecipa um efeito dominó, em que a expansão dos títulos verdes impulsione os títulos de transição e os azuis. De acordo com a organização, a expansão destes títulos ocorrerá por regiões. Espera-se que a Europa mantenha sua posição dominante na emissão dos títulos verdes, com uma fatia de 45% na emissão do GSSSB. Prevê-se, ademais, uma maior participação dos mercados emergentes, como Brasil, China e Chile, devido a uma alta demanda por investidores locais em projetos de sustentabilidade. Na região geopolítica da Ásia-Pacífico, calcula-se uma participação de mais de 20% neste mercado, atingindo, então a marca de 235 bilhões de dólares em títulos verdes.
Por fim, espera-se que a América do Norte vá para o lado contrário desta iniciativa. No ano passado, devido à Lei de Redução de Inflação nos EUA e à pressão política interna, a região deverá, pelo segundo ano consecutivo, reduzir sua participação nas emissões dos GSSSB. Em seu relatório, a S&P disse: “Prevemos que o crescimento de 2024 será apenas moderado em comparação com 2023, e que ainda não veremos a emissão de GSSSB atingir os picos de 2021. Uma vez que esperamos que a penetração de GSSSB na emissão geral de títulos se consolide ainda mais e potencialmente aumente, pensamos que no geral as condições de financiamento serão o principal impulsionador da variabilidade em torno da nossa previsão de emissão de 1 bilião de dólares para 2024… À medida que os mercados GSSSB continuam a amadurecer, 2024 poderá ser um ano de alargamento do alcance regional e dos tipos de instrumentos, em oposição a um forte crescimento global.”, fecha a organização.