05/02/2024 às 17h00min - Atualizada em 05/02/2024 às 17h00min

ONU cobra ações concretas em financiamento climático na COP29 em Baku

Enquanto o mundo se volta para a COP30 no Brasil, a cúpula deste ano é vista como crucial para avançar nos compromissos de combate ao aquecimento global

Willian Oliveira
Willian Oliveira
Envato
Em uma convocação urgente à ação, o chefe do clima da ONU, Simon Stiell, destacou a necessidade iminente de intensificar esforços globais em financiamento climático durante a cúpula COP29, a ser realizada em Baku. O evento deste ano, que segue a COP28 nos Emirados Árabes Unidos, coloca o Azerbaijão, um proeminente produtor de petróleo, sob os holofotes internacionais, gerando questionamentos sobre os avanços possíveis em um segundo petroestado consecutivo a acolher as negociações climáticas globais.

Apesar das dúvidas e da atenção já voltada para o Brasil, como anfitrião da COP30 em 2025, Stiell argumentou que a COP29, programada para começar seis dias após as eleições presidenciais dos EUA, deve ser uma "cúpula crucial e facilitadora". Ele enfatizou a importância de tomar medidas concretas sobre o financiamento climático para evitar que os acordos alcançados na COP28 se tornem "promessas vazias".

O financiamento é identificado como o elemento decisivo na luta contra as mudanças climáticas, com a necessidade anual de pelo menos 2,4 trilhões de dólares para países em desenvolvimento, excluindo a China. Stiell instou os países a explorarem "fontes inovadoras" de financiamento, incluindo novos impostos, taxas e a reforma do sistema financeiro global em parceria com bancos multilaterais de desenvolvimento e o setor privado.

As negociações iniciais entre a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e Baku já enfatizaram a priorização do financiamento neste evento. A escolha de Baku como sede, decidida em dezembro após tensões geopolíticas, tem sido alvo de críticas, especialmente devido ao forte dependência do Azerbaijão dos combustíveis fósseis e ao seu compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em apenas 40% até 2050.

Stiell delineou um caminho para alcançar zero emissões líquidas até 2050, ressaltando que os próximos dois anos serão cruciais para definir o rumo necessário em 2030 e 2050. Ele apelou aos países para que apresentem contribuições nacionais ambiciosas em 2025, destacando o papel dos membros do G20, que juntos respondem por 80% das emissões globais, em redirecionar seriamente suas metas climáticas.
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