O Dia Mundial dos Oceanos (08/06) é uma oportunidade para refletirmos sobre o ecossistema que cobre 71% da superfície do planeta e é considerado o “coração do mundo”. Habitat para milhares de espécies e fundamentais na regulação do clima (absorvem mais de 90% do excesso de calor gerado pela atividade humana), os oceanos estão sob constante ameaça, com níveis e temperaturas subindo a taxas alarmantes, o que torna essencial a adoção de medidas para sua proteção.
Diante desse cenário, um novo relatório encomendado pelo Painel de Alto Nível para uma Economia Sustentável do Oceano – iniciativa global única que reúne 16 líderes mundiais para promover uma economia sustentável dos oceanos – concluiu que as soluções baseadas nesses ecossistemas podem proporcionar até 47% da redução anual de emissões de gases de efeito de estufa necessária até 2050 para evitar que o planeta aqueça catastróficos 2 graus Celsius.
No contexto global, o Brasil desempenha um papel crucial nessa tarefa. Com uma das maiores costas marítimas do planeta, o país possui 7.367 quilômetros de litoral banhado pelo Oceano Atlântico. Essa vasta extensão proporciona uma riqueza natural incomparável. Ao longo dessa faixa, encontramos uma pluralidade de ecossistemas e territórios pesqueiros que geram renda, empregos, cidadania e segurança alimentar para milhares de brasileiros.
Além do papel econômico, a costa do Brasil é fundamental para a biodiversidade e o desenvolvimento do país. No entanto, enfrentamos grandes desafios ambientais. Somos o maior poluidor de plásticos da América Latina, despejando anualmente 325 mil quilos desse resíduo tóxico nos mares. Além disso, a política nacional pesqueira é frágil e pouco transparente, ameaçando tanto as espécies marinhas quanto a sustentabilidade da atividade. Não temos controle adequado sobre a quantidade de peixes capturados, nem uma fiscalização eficiente contra a pesca ilegal, não regulamentada e não reportada.
Proteger os oceanos é crucial para garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras, preservando a riqueza e a vitalidade desses ecossistemas essenciais para a vida na Terra. Segundo Ademilson Zamboni, diretor-geral da Oceana, a maior organização não governamental dedicada exclusivamente à defesa e à conservação marinha, “o mundo precisa entender que os oceanos são parte central do debate em torno das mudanças climáticas e das ameaças dos eventos extremos”.
Uma dessas grandes ameaças é a poluição por plásticos, como reforça Zamboni:
“Não podemos mais admitir a poluição desenfreada por plástico motivada pela ganância da indústria que se recusa a ter qualquer responsabilidade sobre os dejetos não recicláveis que produz. Esse é um ponto fundamental para pensarmos na saúde desse ecossistema marinho”.
A seguir, confira 10 razões fundamentais para nos engajarmos nessa onda de conservação: