Trabalho híbrido reduz em quase 20% consumo de energia em empresas

Nesta quarta-feira, comemoramos o Dia do Trabalho no Brasil, mas as formas de atuação no mercado mudaram muito nos últimos anos, sobretudo a partir de 2020, quando a pandemia de Covid-19 colocou a todos em isolamento social. Com isso, modelos de contratação remota, híbrida ou flexível ganharam espaço.

O trabalho remoto apresenta uma série de vantagens do ponto de vista ambiental, bem como o híbrido. A economia de energia nos escritórios e a dispensa de deslocamento dos funcionários se apresentam como os principais diferenciais.

Economia de energia

Uma pesquisa feita pelo IWG concluiu que a adoção do regime de trabalho híbrido reduziu o consumo médio de energia dos escritórios em 19%. O estudo ouviu mais de 500 líderes de instalações corporativas que adotaram o formato.

Uma a cada cinco empresas que participaram da pesquisa registrou de 26 a 50% em economia em energia. De acordo com Tiago Alves, CEO do IWG Brasil, isso acontece através da economia em eletricidade, aquecimento e refrigeração.

“75% dos CEOs entrevistados pelo IWG esperam que suas empresas continuem operando em um modelo híbrido nos próximos cinco anos. Então, posso afirmar que o trabalho híbrido não é apenas uma tendência, mas uma realidade.”, comenta Tiago.

Emissões de carbono

Há ainda a redução das emissões de carbono no transporte dos funcionários. Um estudo anterior, feito junto à Arup, revelou que eliminar o deslocamento ao trabalho pode reduzir em até 90% as emissões de carbono individuais.

O setor dos transportes é responsável por mais de 22% das emissões globais de CO2 e o que mais depende de combustíveis fósseis no mundo. Porém, grades cidades como São Paulo possuem trabalhadores em deslocamento por, em média, duas horas e 46 minutos por dia em veículo próprio. Saiba mais sobre as emissões deste setor.

Portanto, retirar um grande volume de indivíduos dos sistemas de transporte público e privado pode trazer um grande impacto. “Só de passar de 5 dias na semana para 3 dias na semana, já temos uma redução de 40% nas emissões de CO2 na parte de deslocamento, que é uma das grandes fontes de emissão dos escritórios”, confirma Karina Peralta, engenheira de produção da Carbonext.

Saúde mental

Além da questão ambiental, o trabalho híbrido se apresenta como uma oportunidade de elevar a qualidade de vida. Segundo um estudo feito pelo IWG com o Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, em 2023, 66% dos trabalhadores que atuam nesse formato disseram ter sentido uma melhora na saúde mental.

Essa melhora, justamente em um período pós-pandêmico em que a saúde mental foi priorizada por grande parte da população, se deve principalmente ao maior tempo livre e facilidade para manter um estilo de vida saudável. Ainda segundo o estudo, 55% dos trabalhadores conseguiram ter mais tempo para a família e amigos.

O tempo economizado em deslocamento permitiu mais exercício físico (52%) e caminhadas (67%). O diagnóstico ainda registrou que 54% afirmaram ter mais tempo para preparar refeições saudáveis ao longo da semana e a média dos entrevistados teve aumento de 71 horas de sono anuais.

A pesquisa constatou, ainda, ganho de produtividade – 79% dos entrevistados notaram um aumento neste quesito. Não à toa, 88% deles consideram a opção de trabalho híbrido tão importante quanto os benefícios financeiros.