27/03/2024 às 17h59min - Atualizada em 27/03/2024 às 17h59min

Belém é o estado mais desigual para domicílios em favelas, diz estudo

Apesar do índice a cidade mantém os mesmo números por anos em indicadores como energia elétrica, desflorestamento e desigualdade salarial

Bianca Rocha
Bianca Rocha
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O Mapa da Desigualdade entre estados, produzido e divulgado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), na última terça-feira (26), mostra um “desigualtômetro” (nome dado para análise de desigualdade entre as cidades) entre Campo Grande, com o melhor valor em 1,44%, alcançando a posição de número um entre as capitais, e Belém na posição 26, com 55,49%.

O relatório existe há 10 anos, mas sempre foi baseado apenas nos distritos de São Paulo. Neste ano o ICS, lançou sua primeira análise baseado no mapa existente de São Paulo, onde foram utilizados 40 indicadores. Os temas abordados cobrem diversas áreas de atuação da administração pública, como saúde, educação, segurança pública, mobilidade, infraestrutura urbana e várias outras que dizem respeito ao cotidiano das pessoas. 

No contexto brasileiro, em 2018, 68,3% dos domicílios tinham ligação à rede geral ou fossa, ligada à rede de esgoto. Os indicadores foram selecionados a partir da base do Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e dos indicadores disponíveis nas bases nacionais.

As análises foram feitas a partir de dados de diferentes anos e atualizados até o momento da publicação. Para Josué Medeiros, assessor do gabinete da secretaria nacional de periferias do Ministério das Cidades, muitas comunidades sofrem com a falta de saneamento básico, segurança, acesso à alimentação, educação e outras oportunidades, fazendo com que as favelas sejam invisíveis e para Medeiros, isso se dá pela falta de políticas públicas.
 

“Na visão da Secretaria Nacional de Periferias, a visibilidade das favelas conseguimos a partir do protagonismo de quem mora nas periferias. Políticas públicas que chegam de cima pra baixo, sem diálogo social e sem mobilização do território tende a fracassar”, diz o assessor.
 

Ainda para Medeiros, os territórios periféricos são diversos e complexos e formar uma política pública que funcione em uma comunidade X não significa que funcionará para as demais favelas. 
 

“É muito importante ativar os territórios e produzir diálogos, porque a partir desse protagonismo as comunidades terão mais visibilidade e efetividade nas agendas públicas”, completa Medeiros. 

 

Belém aparece em outros indicadores com melhor performance, como em famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais, apresentando a sexta posição no ranking, com mais de 85%. Em mortalidade por suicídio aparece em terceira posição, com taxa de quase 3%. 

Em outros indicadores a cidade se matém estática, como domicílios com acesso à energia elétrica (99,1%), presença de vereadoras na Câmara Municipal (17,14%), razão entre a taxa de realização de afazeres domésticos de mulheres e homens (0,86%), desigualdade de salário por sexo (0,76%), razão do rendimento médio real (0,73%), razão mortalidade infantil (0,51%), coeficiente de Gini (0,60%), percentual do município desflorestado (0,34%), e no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (4,9%).

 

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