25/03/2024 às 16h08min - Atualizada em 25/03/2024 às 16h08min
Desigualdade salarial de gênero persiste no Brasil, revela levantamento
O recorte por raça/cor é mais preocupante, mulheres negras são as mais afetadas pela desiguldade salarial
Bianca Rocha
Bianca Rocha
Freepik Um recente levantamento realizado pelo Governo Federal, trouxe à tona números alarmantes sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil. Os dados, baseados em informações de quase 50 mil estabelecimentos comerciais, revelam que as mulheres brasileiras recebem em média 19,4% a menos que os homens. Em cargos de dirigentes e gerentes, essa diferença chega a 25,2%.
O estudo, realizado em conformidade com uma lei em vigor desde o ano anterior, que trata da igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre gêneros, lança luz sobre uma realidade há muito tempo presente, mas muitas vezes ignorada. Pela primeira vez, temos uma visão ampliada da disparidade salarial entre homens e mulheres, assim como das políticas adotadas pelas empresas para promover a igualdade de gênero.
No entanto, o recorte por raça/cor revela uma realidade ainda mais preocupante. As mulheres negras, além de estarem subrepresentadas no mercado de trabalho, enfrentam uma desigualdade salarial ainda maior. Com uma remuneração média de R$ 3.040,89, as mulheres negras ganham apenas 66,7% da remuneração das mulheres não negras, enquanto os homens não negros recebem 27,9% a mais que a média nacional.
O relatório também aponta para a falta de políticas efetivas de incentivo à contratação e promoção de mulheres, com apenas 32,6% das empresas adotando tais políticas. Essa porcentagem é ainda menor quando se trata de grupos específicos de mulheres, como negras, mulheres com deficiência, e mulheres chefes de família. Outros dados indicam que poucas empresas oferecem políticas de flexibilização de regime de trabalho para apoio à parentalidade, licença maternidade/paternidade estendida e auxílio-creche.
As diferenças também se estendem por regiões do país, com o Distrito Federal apresentando a menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, enquanto estados como São Paulo registram uma disparidade próxima da média nacional. Diante desses números, fica evidente a urgência de medidas concretas para combater a desigualdade salarial de gênero e promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e equitativo para todas as mulheres brasileiras.