O hidrogênio verde é produzido a partir da eletricidade proveniente de fontes de energia renováveis, como a solar, eólica ou hidrelétrica, por meio de um processo conhecido como eletrólise da água. Nesse momento, a água é separada em hidrogênio e oxigênio. Ao contrário do tradicional, que é produzido a partir de combustíveis fósseis e emite carbono, o hidrogênio verde é completamente limpo e livre de emissões de gases do efeito estufa, como o chamado “hidrogênio cinza” ou “hidrogênio fóssil” – que vem do gás natural, com a presença do metano (CH4).
O hidrogênio verde pode ser utilizado como combustível nos transportes pesados, na aviação, navegação, na fabricação de aço com menos pegada de carbono, para produzir eletricidade ou ainda por seu próprio uso químico, como fertilizante nitrogenado (NH3). "No Brasil, importamos mais de 90% do que utilizamos desse fertilizante. Somos o maior importador mundial. Mas poderíamos fazer aqui mesmo, no país, gerando empregos", alerta Luis Viga, gerente geral da Fortescue, a quarta maior mineradora de ferro do mundo. O profissional também é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV).
Viga explica também que o Brasil está começando agora a ganhar escala na produção limpa. Com isso, acompanham melhores taxas de produtividade, materiais e processos mais qualitativos e, consequentemente, preços mais competitivos, que se aproximam do hidrogênio cinza. "A boa notícia é que, hoje no Brasil, o hidrogênio verde está entre duas vezes e meia e três vezes mais caro que o cinza, a preços mundiais. [...] O que a gente entende é que o hidrogênio verde vai chegar no preço de paridade. E é uma corrida contra o tempo, porque se não começarmos essa indústria aqui, alguém vai começar em outro lugar do mundo."
As políticas governamentais desempenham um papel crucial na promoção da produção de hidrogênio verde. É essencial que os governos implementem políticas e regulamentações claras que incentivem o desenvolvimento e a adoção de tecnologias, como subsídios, incentivos fiscais e metas de redução de emissões de carbono. Além disso, é importante promover a cooperação internacional para harmonizar padrões e regulamentações relacionadas ao hidrogênio verde e facilitar o comércio global.
Confira a entrevista completa com Luis Viga no Podcast Casos e Cases:
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