19/03/2024 às 14h11min - Atualizada em 19/03/2024 às 14h11min

Líderes se reúnem sobre clima, após confirmação de que 2023 foi ano mais quente da história

Relatório da Organização Meteológica Mundial servirá com referência para reunião ministerial sobre o clima de Copenhage em março

Patricia Lara/Broadcast
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O ano de 2023 foi o mais quente já registrado, além de ter sido acompanhado também por recordes de calor oceânico, aumento do nível do mar, perda de gelo marinho na Antártica e recuo das geleiras, confirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em relatório divulgado, nesta terça-feira, 19.

O documento servirá como referência para reunião ministerial sobre o clima de Copenhague, que será realizada de 21 a 22 de março, e que contará com a presença de líderes focados em assuntos climáticos e ministros de todo o mundo. O reforço das Contribuições Nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês) dos países antes do prazo de fevereiro de 2025 estará no topo da agenda, tal como a celebração de um acordo ambicioso sobre financiamento na COP29 para transformar os planos nacionais em ação, diz a OMM. As NDCs são as metas e compromissos de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) que cada país definiu para si a partir do Acordo de Paris, assinado em 2015.

O relatório da OMM confirmou que a temperatura média global próxima da superfície foi de 1,45 grau Celsius (com uma margem de incerteza de 0,12ºC) acima da referência básica do período pré-industrial. O Acordo de Paris tem como objetivo principal não permitir que o planeta se aqueça além de 1,5ºC até o final do século 21.

"Nunca estivemos tão perto - embora de forma temporária neste momento - do limite inferior de 1,5ºC do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas", disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo. "A comunidade da OMM está acionando o alerta vermelho para o mundo."

Os extremos meteorológicos e climáticos podem não ser a causa principal, mas são fatores agravantes da insegurança alimentar, de acordo com o relatório. Citando dados da Programa Alimentar Mundial, o documento destacou que o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda em todo o mundo mais do que duplicou, passando de 149 milhões antes da pandemia de covid-19 para 333 milhões de pessoas em 2023.
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