Hoje, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou que a seca na Amazônia provoca um impacto ambiental “tremendo e assustador”. Ela conversou com a imprensa depois de se reunir com o vice-presidente Geraldo Alckmin e outros ministros em Brasília para debater o assunto. A crise ambiental na região afetou cerca de 500 mil pessoas, segundo o governo, e 55 municípios decretaram emergência e outros três pretendem fazer o mesmo. Marina disse que o Ministério da Defesa foi acionado para dar apoio logístico para as populações ribeirinhas e as comunidades indígenas na região, “porque a maioria dos municípios tem como sistema de transporte o uso de barcos”. Ela também informou que há conversas com o Ministério da Pesca para fornecer alimentos para essas populações, que dependem principalmente de peixes.
“O impacto ambiental é algo tremendo e assustador. O Ibama, o ICMBio, instituições de pesquisa estão trabalhando na região. Estamos fazendo uma ação emergencial em relação aos botos e tucuxis que estão sendo ferozmente atingidos, não só pela mortandade em função da estiagem. Mas também porque alguns rios ficam com quantidade de água muito baixa e estão sendo feridos pelas embarcações que continuam passando em alguns trechos”, disse Marina. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil A ministra também expressou preocupação com a propagação de incêndios, facilitada pelo atual quadro climático. “Nós temos duas frentes de incêndio. Uma delas é incêndio por desmatamento, mais ao sul do Amazonas. A outra é no entorno das cidade de Manaus. Aí são incêndios urbanos: queima de quintal, limpeza de quintal.
E isso cria uma situação insustentável para a população, com prejuízo muito grande principalmente para crianças e idosos”, disse. “Ainda que tivéssemos uma redução de 50% nos focos de queimada e de 48% do desmatamento, estamos trabalhando com muito afinco.” Ela contou que foram enviados 191 brigadistas na região para fazer o controle de incêndios junto com forças locais. O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou também a liberação do auxílio-defeso para pescadores e medidas de “apoio à agricultura familiar”, que ele não anunciou quais são, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Questionado sobre o volume de recursos disponível para o socorro às populações e medidas de mitigação, Alckmin respondeu que o governo disponibilizará “o volume necessário”. Amanhã, Alckmin viaja com uma comitiva para Manaus para avaliar os impactos da crise. Por enquanto, estão previstos para integrar o grupo, além de Alckmin e Marina, os ministros Waldez Goes (Integração Nacional), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) e a secretária executiva do MDA, Fernanda Machiaveli.
Nós estamos indo lá amanhã para ouvir, para dialogar com quem está vivendo lá o problema: as autoridades, governador, prefeitos, parlamentares, sociedade civil organizada, setor produtivo. Então, ver o problema in loco e ajudar”, disse.