08/03/2024 às 10h20min - Atualizada em 08/03/2024 às 10h20min

ELAS+ capta recursos para investir em grupos de pessoas vulneráveis a violência

A organização atua na promoção dos direitos, no combate a desigualdades e na transformação de vidas femininas

Por Bianca Rocha
Por Bianca Rocha
Acervo: ELAS+

A ideia de um fundo nacional, que seja independente de uma empresa mantenedora, que atuasse no campo da justiça social direcionado aos direitos das mulheres, meninas e população LBTQIAPN+ e doando recursos financeiros para organizações da sociedade civil não existia no Brasil. Mas também não era uma ideia tão distante.

Ao ver que as fundações internacionais que eram as únicas que apoiavam os direitos das mulheres estavam majoritariamente saindo do país, Amalia Fischer, idealizadora e uma das 5 fundadoras do primeiro fundo brasileiro criado para apoiar grupos liderados por mulheres cis, trans e outras transidentidades, viu um caminho para transformação do cenário atual de violência que mulheres vivenciam nos dias de hoje.

Com Amalia na diretoria geral, o ELAS+ foi criado como um fundo para que as mulheres, pessoas trans e suas organizações possuíssem seus próprios recursos, além de potencializar sua participação social e fortalecer a democracia brasileira.



Amalia Fischer/Acervo: ELAS+

“Sabíamos que as mulheres não tinham acesso a financiamento, principalmente devido ao racismo, à LGBTfobia e às dificuldades para a institucionalização de seus grupos. O ELAS+ Doar para Transformar, foi fundado por cinco ativistas, vindas de movimentos sociais e culturais diversos, que acompanhavam essas dificuldades e percebiam a potencialidade das mulheres atuando coletivamente” - Amália Fischer.

Lançado em 2000, após o “Seminário Mulheres: Responsabilidade Social e Recursos Financeiros”, promovido pela organização feminista CEMINA (Comunicação, Educação e Informação em Gênero), o ELAS+  contou com o apoio de aproximadamente 100 parceiros nacionais e internacionais. 

Somente nos anos de 2022 e 2023, as doações chegaram a cerca de 30 milhões de reais, beneficiando em torno de 400 iniciativas no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Foram mais de mil e duzentas iniciativas que receberam apoio para fortalecer as ações de transformação social.

 “Ao longo dos anos, a nossa causa ganhou importância para fundos e organizações no Brasil e no mundo, sensibilizando quase 100 doadores desde a sua fundação Em um mundo que exige cada vez mais a tolerância e que prega cada vez mais a diversidade, além de aguçar o interesse de financiadores em investir na diversidade, contra o racismo estrutural e a LGBTfobia, avançamos na mobilização de recursos e chegamos também aos doadores individuais.” 

Os recursos da organização são pulverizados destinando o dinheiro para grupos que dificilmente teriam acesso a ele. O ELAS+ mobiliza recursos para doar para grupos de mulheres através de editais e cartas-convite e para cobrir despesas operacionais, ou seja, da equipe e infraestrutura. 

 

Todos os registros financeiros e contábeis são auditados e disponibilizados no site após a análise e relatório da auditoria. Também são publicados nos relatórios anuais do ELAS+, garantindo assim total transparência do uso dos recursos.


“Acreditamos que  o nosso papel é crucial hoje e no futuro, para que exista mais equidade em nosso país. O ELAS+ têm impulsionado uma nova filantropia no Brasil, que é a filantropia de justiça social direcionada às mulheres e diversas transidentidades. Não apenas mobilizamos recursos, mas também fazemos incidência com doadores nacionais e internacionais, individuais e institucionais, para que o Brasil tenha mais recursos para avanços nos direitos das mulheres cis, trans e outras transidentidades’
 

Entre seus parceiros, empresas, fundações e instituições como o Banco Itaú, Consulado da Mulher, Chanel, Kellog, Furnas, Globo - Área de Responsabilidade Social, Avon, Bombril, Lojas Renner, Unibanco, Natura, Nike, entre outras,  que dedicaram tempo e recursos financeiros para investir em grupos de mulheres vulneráveis a violência.


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