Um recente levantamento realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) revela um salto significativo no setor de energia solar no Brasil. Entre 2012 e 2023, os investimentos em sistemas solares fotovoltaicos alcançaram a impressionante cifra de R$ 130,7 bilhões, refletindo não apenas em avanços tecnológicos, mas também em um substancial impacto socioeconômico.
Ao longo deste período, aproximadamente 780,1 mil empregos foram criados, evidenciando o papel vital da energia solar na geração de novas oportunidades de trabalho. Além disso, o setor contribuiu com R$ 39,2 milhões em arrecadações para os cofres públicos, fortalecendo a economia nacional.
Atualmente, o Brasil ostenta cerca de 2,3 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em diversas estruturas, incluindo telhados, fachadas e pequenos terrenos. Esta expansão notável reflete um esforço contínuo para diversificar as fontes de energia, reduzindo a dependência de fontes não renováveis.
A capacidade de geração de energia solar ultrapassou os 26 gigawatts (GW) no início deste ano. Essa potência está distribuída em várias aplicações, desde residências a indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, atendendo mais de 3,3 milhões de unidades consumidoras em todo o país.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, destaca o enorme potencial de crescimento do setor no Brasil. Segundo ele, o país possui cerca de 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica, indicando um vasto campo para expansão da energia fotovoltaica.
Fatores como a crescente conscientização ambiental nas empresas e a perspectiva de redução nos custos com energia elétrica têm impulsionado a adoção da tecnologia solar. Projeções da consultoria Volt Robotics indicam que, até 2031, a economia líquida na conta de luz decorrente dos sistemas solares instalados em telhados e pequenos terrenos poderá ultrapassar R$ 84,9 bilhões.
Essa economia vem em um momento crucial, visto que
a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANEEL) anunciou um aumento previsto de 5,6% na conta de luz para 2024, valor acima da inflação projetada de 3,87% para o mesmo período.
Um estudo da Volts Robotics, datado de 2023, aponta que os benefícios líquidos da geração distribuída representam uma economia média de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) para o sistema elétrico nacional. Este valor é significativamente menor do que a tarifa média residencial de R$ 729 por MWh, conforme dados da ANEEL divulgados no ano passado.
Além dos aspectos econômicos, o estudo da ABSOLAR visa calcular os custos e benefícios da microgeração e da minigeração distribuída, em conformidade com o Artigo 17 da Lei Nº 14.300, que estabelece o marco legal do segmento.
Finalmente, um destaque para os estados brasileiros que lideram no ranking de geração distribuída (GD), a geração de energia que utiliza sistemas geradores próximos ou na própria unidade consumidora, interligados à rede elétrica pública. Este cenário reforça a posição do Brasil como um líder emergente na energia solar, sinalizando um futuro mais sustentável e economicamente viável.