22/01/2024 às 12h37min - Atualizada em 22/01/2024 às 12h37min

​A resiliência financeira da BlackRock: uma nova perspectiva em ESG

Especialista defende a evolução dos Investimentos Sustentáveis

Por Willian Oliveira
A BlackRock, reconhecida mundialmente como a maior gestora de ativos, com mais de US$ 10 trilhões sob sua administração, sempre destacou a importância das práticas ESG (Environmental, Social, and Governance) em suas estratégias de investimento. Contudo, um novo enfoque surge em 2024, conforme indicado no relatório anual da gestora: a resiliência financeira.

Em meio a um panorama macroeconômico e geopolítico em constante transformação, marcado por forças estruturais como a inteligência artificial e as alterações nas taxas de juros, a BlackRock aponta para um novo regime econômico. Este regime demanda uma adaptação das empresas para fortalecer sua resiliência financeira, um conceito que, segundo Alexandre Arnone, chairman do Grupo Arnone e diretor do Instituto Global, enquadra-se perfeitamente nos princípios ESG.

Arnone argumenta que a resiliência financeira não é apenas uma questão de sustentabilidade econômica, mas também um pilar fundamental do ESG. Ele destaca que a capacidade de uma empresa se adaptar e prosperar em condições econômicas voláteis está intrinsecamente ligada à sua governança, responsabilidade social e práticas ambientais. "As empresas que priorizam a resiliência financeira, inevitavelmente, incorporam práticas ESG, pois estas são essenciais para a sustentabilidade a longo prazo", afirma Arnone.

A mudança de enfoque da BlackRock, que reduziu as referências a termos como "aquecimento global" em seus relatórios recentes, gerou discussões e críticas de diversos grupos. No entanto, Arnone defende essa evolução como uma resposta adaptativa às pressões e desafios atuais, sem perder de vista a importância do ESG.

Ele aponta que a resiliência financeira engloba a capacidade de uma organização de se manter robusta frente a desafios econômicos, ao mesmo tempo que mantém um compromisso firme com práticas sustentáveis. "É uma evolução natural do conceito ESG, onde a sustentabilidade financeira se torna um indicativo da saúde geral da empresa, incluindo suas práticas sociais e ambientais", explica Arnone.

O caso da BlackRock e as críticas que enfrenta, segundo Arnone, refletem o dinamismo do campo de investimentos sustentáveis. Ele destaca que a gestora, ao administrar dois dos cinco maiores fundos ESG dos Estados Unidos e gerenciar mais de US$ 48 bilhões em ativos relacionados ao ESG, está na vanguarda deste movimento. "A resiliência financeira, longe de ser uma desistência dos princípios ESG, é uma incorporação mais ampla e profunda destes valores", conclui Arnone.

O debate sobre a resiliência financeira, trazido à tona pela BlackRock, abre novas perspectivas para o investimento sustentável. Conforme defendido por Alexandre Arnone, essa abordagem representa uma maturação dos princípios ESG, integrando-os de forma mais completa nas estratégias de negócios para um futuro econômico incerto, mas sustentável.
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