Os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, se reuniram com o governador do Rio e prefeitos de cidades afetadas pelas chuvas do fim de semana no início da tarde desta terça-feira, 16 Eles anunciaram uma força tarefa conjunta para auxiliar as prefeituras.
A missão do governo federal vai sobrevoar a zona norte da cidade e a Baixada Fluminense e técnicos da Defesa Civil Nacional vão permanecer no Estado para orientar planos de ajuda humanitária e reconstrução dos municípios.
No entanto, segundo o governador Cláudio Castro (PL), ficou decidido que não será instalado um gabinete de crise específico na Baixada Fluminense, conforme circulava nos bastidores pela manhã.
Ainda assim, ele disse que vai abrir salas no Palácio Guanabara, a sede do governo local, para eventuais reuniões. Na prática, houve uma guerra de versões sobre o enfrentamento à crise no Rio, depois que o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho, criticou a atuação do governo estadual e disse que um gabinete de crise conjunto seria instalado na Baixada, a área mais atingida.
De sua parte, Góes reiterou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de aproximação com os poderes locais e desburocratização para o repasse de recursos emergenciais às prefeituras em necessidades. Ele disse que, se necessário, o governo considera atuar por meio de medidas provisórias.
Segundo Góes, 12 municípios fluminenses já declararam estado de emergência e solicitam o reconhecimento da situação pelo governo federal. Ao todo, sete municípios, incluindo a Baixada e a capital já obtiveram a homologação da emergência pela União, rito necessário para o início da cooperação técnica e material.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 12 pessoas morreram em decorrência das chuvas e duas seguem desaparecidas. Hoje, uma 13ª pessoa, um homem, foi encontrada sem vida em um Rio da Zona Norte da cidade, mas a causa da morte ainda é investigada.
"Estamos já hoje concluindo a avaliação das situações de emergência no Rio. Estamos estabelecendo planos de ajuda humanitária e reconstrução, e vamos deixar uma equipe no Rio", disse o ministro.
Ele esclareceu que dois técnicos especializados na preparação de estratégias de enfrentamento a desastres ficarão alocados na Baixada e, conforme a necessidade, mais equipes podem ser enviadas.
"Ainda não criamos no Brasil uma cultura forte de contingência (de desastres naturais). Precisamos criar planos de contingência e estamos trabalhando nisso", disse o ministro, que citou a incorporação de tecnologias de prevenção e enfrentamento por parte dos órgãos federais, como o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden).
Segundo o governo federal, cerca de 1,5 mil municípios do País, estão ou estiveram em estado de emergência na passagem de 2023 para 2024, um número que, disse Góes, tende a crescer com a intensidade de fenômenos naturais extremos. Além das pastas com chefes presentes na reunião, equipes dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Relações Institucionais participam da força tarefa federal que acompanha o Rio.
A jornalistas, o governador do Rio, Cláudio Castro rebateu críticas de adversários políticos, como Waguinho, e disse que seu governo tem feito investimentos expressivos em prevenção de calamidades, como recuperação e contenção de rios e galerias pluviais.