Renovando sua frota de ônibus desde 2011, a Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove), registrou uma queda de 81% nas emissões destes veículos no período. O cálculo foi feito considerando a Região Metropolitana do Rio.
A renovação da frota passa principalmente pela aquisição de veículos Euro V, que utilizam tecnologia para oferecer melhor tratamento dos gases emitidos pelos ônibus. Segundo Guilherme Wilson, gerente de Planejamento e Controle da Semove, até 2030, a companhia terá 96% de redução na emissão de material particulado com o uso da tecnologia Euro VI.
O padrão de tecnologia europeu se tornou obrigatório nos veículos a diesel. Em algumas cidades, veículos que utilizam a tecnologia Euro VI expelem ar mais limpo do que aquele que circula na atmosfera do local, segundo o gerente.
“Temos uma tecnologia que faz frente até com os veículos elétricos. São avanços muito expressivos”, comentou Guilherme, que destaca que hoje não é possível investir em ônibus elétricos por uma questão burocrática.
“O que nos falta são modelos contratuais que permitam o investimento a médio prazo, mas certamente eles vão entrar. Hoje, um ônibus elétrico chega a custar três vezes mais do que um ônibus a diesel. Isso inviabiliza o transporte público, que é baseado em tarifas.”, completou.
Segundo Guilherme, a Semove atua desde 1997 na pauta da sustentabilidade. Hoje, com o avanço nos debates públicos, o cidadão que anda de ônibus no Estado emite até oito vezes menos gases de efeito estufa do que aquele que utiliza transporte individual.
Pela primeira vez, a companhia publicou seu inventário de gases de efeito estufa, bem como o relatório de uso de água. Neste, foi indicada uma economia de 773 milhões de litros de água “nobre” desde 2011, graças ao reuso do recurso.
“Começamos a investir em reuso de água, principalmente para lavagem dos veículos. Temos 90% de eficiência neste processo, diminuímos em 10x desde 2011. Temos o licenciamento ambiental de todas as garagens e monitoramos as questões mais críticas de cada um deles”, concluiu Guilherme Wilson.