25/04/2024 às 14h53min - Atualizada em 25/04/2024 às 14h53min

Professores da Unifesp decidem aderir à greve das federais a partir de segunda-feira

São ao menos 28 instituições de ensino federais e pelo menos 70 instituições de ensino com servidores técnico-administrativos paralisados

Por Isabela Moya/Agência Estado
Por Isabela Moya/Agência Estado
 
Os professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiram aderir, a partir de segunda-feira, 29, à greve das universidades e institutos federais, que pedem, junto a demais categorias de servidores públicos federais por reajuste salarial. Os servidores técnico-administrativos da universidade já se encontram em greve desde 18 de março.

A Reitoria da Unifesp afirma que "respeita o direito de greve de cada servidor(a) e ressalta que está em diálogo com o Comando Local de Greve visando manter a realização das atividades essenciais e imprescindíveis dos setores que possuem servidores(as) em greve, mitigando eventuais prejuízos".

São ao menos 28 instituições de ensino federais - entre universidades, institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) - com docentes em greve, além de pelo menos 70 instituições de ensino com servidores técnico-administrativos paralisados.

Os professores de instituições federais pedem que o reajuste salarial seja de 22%, dividido em três parcelas iguais de 7,06% em maio de 2024, 2025 e 2026. Já os servidores-técnico administrativos pedem por um reajuste maior, de 34%, também dividido em três parcelas em 2024, 2025 e 2026.

Segundo o sindicato das categorias, os percentuais correspondem às perdas salariais desde o governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016, até dezembro de 2023, acrescidas das projeções inflacionárias de 2024 e 2025.Como contraproposta, o governo ofereceu um reajuste de 9% para 2025, e 3,5% para 2026, mas segue sem ceder para um aumento neste ano, como querem os servidores federais.

Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes da Instituições de Ensino Superior, o Andes, afirma que a proposta será em avaliação pelos sindicatos em assembleias até quinta-feira, 25.

"A greve da educação fez o governo se movimentar de uma inércia de meses. Encontrou mais espaço no orçamento e atendeu pedidos que há muito vinham sendo pleiteados pela categoria docente, que sequer arranhavam o erário público. É ainda uma movimentação tímida, mas revela o quanto a greve é meio eficaz na conquista de avanços e vitórias em defesa do serviço público. A crescente de mobilização aponta certamente que há mais que podemos conquistar", diz.

Fontes ouvidas pela reportagem, porém, apontam uma tendência de rejeição da proposta do governo. Não seria a primeira vez. O governo havia oferecido dois reajustes de 4,5% para os próximos dois anos, mas a proposta foi rejeitada pelo sindicato, que afirmou querer a recomposição salarial ainda em 2024.

Os servidores públicos federais reivindicam também por um "revogaço", ou seja, a revogação de uma série de leis implementadas nos últimos governos, como as jornadas especiais de trabalho, procedimentos administrativos diante de greve no serviço público, a centralização no INSS das pensões e aposentadorias, e a contrarreforma da previdência social.

Veja a lista de universidades em que docentes que já estão em greve:

1. Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

2. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)

3. Universidade Federal do Ceará (UFC)

4. Universidade Federal do Cariri (UFCA)

5. Universidade Federal de Brasília (UnB)

6. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

7. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

8. Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

9. Universidade Federal de Viçosa (UFV)

10. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

11. Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

12. Universidade Federal do Pará (UFPA)

13. Universidade Federal do Paraná (UFPR)

14. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)

15. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)

16. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)

17. Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

18. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

19. Universidade Federal de Roraima (UFRR)

20. Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

21. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

22. Universidade Federal de Catalão (UFCAT)

23. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) - campus Pouso Alegre, Campus Poços de Caldas e Campus Passos

24. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)

25. Instituto Federal do Piauí (IFPI)

26. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste-MG (IF Sudeste-MG) - campus Juiz de Fora, Campus Santos Dumont e Campus Muriaé

27. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) - campus Visconde da Graça

28. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

Outras instituições de ensino cujos docentes não aderiram à greve também estão com parte de seus serviços paralisados devido à greve de servidores técnico-administrativos, que estão em greve em quase a totalidade de universidades federais do País.

 


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