Gabriela Augusto é a primeira pessoa trans a ser reconhecida como Under 30, pela Forbes Brasil, recentemente foi listada pela Bloomberg Línea como uma das 50 mulheres de Impacto na América Latina, premiada pela McKinsey & Company com o McKinsey LGBTQ+ Achievement Award, eleita Top Voice no LinkedIn e reconhecida pela consultoria Llorente y Cuenca como uma das influenciadoras em ESG/D&I mais relevantes do Brasil.
Gabriela também é professora, palestrante e empresária. Em 2019 fundou a Transcendemos, empresa que oferece soluções integradas para promover a Diversidade e a Inclusão nas organizações. Formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a profissional lembra fatos como a morte de George Floyd – sufocado sob o joelho de um ex-policial branco – e também de João Alberto Silveira Freitas – espancado por seguranças em uma das unidades do supermercado Carrefour, em Porto Alegre.
“Os fatos de 2020 levaram a um aumento de investimento em ações de inclusão. Isso provocou mudanças. Podemos dizer que tivemos uma leva de contratações de pessoas negras, trans, um crescimento de consultorias em inclusão, como a minha. Isso foi um fenômeno bem interessante. É inegável que muita coisa mudou. Mas ainda muito aquém do necessário. A gente ainda encontra dificuldade de ver mulheres e pessoas negras na posição de liderança.”
Dados, transparência e consistência
Levantamento da Folha, feito com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), informa que, apesar do crescimento do número de mulheres e homens pretos e pardos no mercado de trabalho formal e em cargos de chefia nos últimos anos, a chance de um profissional negro ser promovido é menor do que a de todos os outros grupos de classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O cálculo mostra que, em 2006, primeiro ano em que critérios de raça e cor passaram a ser contabilizados nos vínculos trabalhistas na Rais, pessoas negras tinham 36,5% menos chance de ocupar uma chefia do que funcionários de outros grupos. Em 2021, o índice aumentou sutilmente: 37% menos chance do que os demais.
Gabriela acredita que uma estratégia de inclusão corporativa de sucesso é baseada em três pilares: dados, transparência e consistência. Primeiro, porque é preciso ouvir as pessoas, entendendo desafios cotidianos e melhorando o ambiente de convívio para colaboradores e clientes também. Transparência, porque as pessoas precisam participar das motivações da empresa e seus movimentos estratégicos. Por último, a consistência confirma a direção, garante resultados nas ações e conquista confiança de todas e todos no processo adotado.
“Diversidade e inclusão não é um assunto para o RH. A gente precisa pensar isso com todo o time, independente do negócio. Um dos insights da pesquisa Diversity Matters, da McKinsey & Company, é que uma empresa que tem uma cultura de respeito é um lugar onde as pessoas vão trabalhar com um sorriso no rosto. Se é assim, é natural que elas estejam mais inclinadas a contribuir com boas ideias. Se uma pessoa tem segurança psicológica, é natural que ela se engaje mais nas suas tarefas. Isso se reverte em mais inovação, mais criatividade e mais produtividade.”
Confira a entrevista completa de Gabriela Augusto para o Podcast Dicionário ESG:
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