07/06/2024 às 12h14min - Atualizada em 07/06/2024 às 12h14min

07 de junho é o Dia Mundial da Segurança dos Alimentos

Segundo a ONU, 200 doenças são originadas por alimentos inseguros e 40% das pessoas infectadas são crianças de até 5 anos

Por Redação
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O Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, celebrado em 7 de junho, foi criado em 2018 por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Seu objetivo é chamar a atenção e inspirar ações que ajudem a prevenir, detectar e gerir os perigos de origem alimentar, contribuindo para a segurança alimentar, a saúde humana, a prosperidade econômica, a agricultura, o acesso ao mercado, o turismo e o desenvolvimento sustentável.

O tema de 2024, “Segurança dos Alimentos: prepare-se para o inesperado”, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca a importância de estar preparado para incidentes de segurança dos alimentos. 

Esses incidentes são situações em que existe um risco potencial ou confirmado para a saúde associado ao consumo de alimentos. Embora a preparação para gerir esses incidentes necessite de esforços dedicados por parte dos governos, das autoridades de segurança dos alimentos, dos agricultores e dos operadores de empresas do setor de alimentação, os consumidores também desempenham um papel ativo.

Para celebrar a data, entre outras ações, o Grupo de Estudos em Risco e Resiliência em Segurança dos Alimentos (GERRSAL) realizará um webnário nesta sexta-feira (7/6), das 14h às 17h, com transmissão via YouTube. A atividade recebe o apoio do Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região e de instituições como a Organização Pan-Americana da Saúde, a Anvisa e a Universidade Federal de São Paulo.

Confira abaixo a programação completa e inscreva-se aqui.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 200 doenças são originadas por alimentos inseguros que contenham bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas prejudiciais à saúde humana. O impacto anual é de mais ou menos US$95 bilhões em perda de produtividade. Crianças menores de cinco anos correspondem a 40% do total de infectados.
 

Nutrição para o corpo e para a mente
 

Outro estudo de nove anos conduzido por pesquisadores do Centro de Envelhecimento Cerebral Saudável da Universidade Estadual de Sydney, na Austrália, revelou uma descoberta significativa: o consumo regular de frutas pode estar associado a um menor risco de desenvolvimento de depressão.

A pesquisa, que contou com a participação de 7.801 indivíduos com mais de 45 anos de idade de diversas partes do mundo, incluindo os Estados Unidos, Brasil, Suécia, Nigéria e Malásia, investigou a relação entre os hábitos alimentares e a saúde mental. Os participantes, que não apresentavam sintomas depressivos no início do estudo, foram monitorados ao longo do período de pesquisa.

Os resultados mostraram uma associação benéfica entre o consumo de frutas e a redução do risco de depressão ao longo dos nove anos. No entanto, apesar de indícios positivos em relação aos vegetais, os dados não foram conclusivos.

Annabel Matison, pós-doutoranda e autora do estudo, explicou que a discrepância entre frutas e vegetais pode ser atribuída ao modo de preparo. Enquanto as frutas são geralmente consumidas cruas, preservando assim seu conteúdo nutricional, os vegetais frequentemente passam por processos de cozimento, que podem afetar a concentração de nutrientes.

Os cientistas envolvidos na pesquisa destacam que frutas e vegetais são fontes ricas em antioxidantes, fibras alimentares e vitaminas, elementos que desempenham papeis cruciais na saúde mental. Acredita-se que esses componentes possam influenciar positivamente diversos mecanismos relacionados à depressão, incluindo inflamação, estresse oxidativo e microbiota intestinal.

Essa descoberta lança luz sobre a importância dos hábitos alimentares na promoção da saúde mental e ressalta a necessidade de uma dieta equilibrada e rica em frutas e vegetais. O estudo oferece insights valiosos que podem orientar estratégias de prevenção e intervenção na saúde mental, destacando o potencial impacto positivo de escolhas alimentares saudáveis na qualidade de vida.
 

Segurança do alimento e segurança alimentar
 

Falar sobre alimentos seguros inclui outras questões, como a segurança alimentar – termo utilizado para designar o acesso regular a alimentos limpos e sadios, um assunto que engloba a fome no Brasil e no mundo.

Um panorama publicado em abril sobre a segurança alimentar no Brasil, revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), mostrou um quadro de melhorias, mas também de problemas que ainda persistem.

Os números mostram um avanço significativo: 72,4% dos lares brasileiros agora têm acesso regular e adequado à alimentação, representando um aumento de 9,1 pontos percentuais em relação à última pesquisa realizada em 2017-2018. Isso equivale a mais de 56 milhões de domicílios que garantem a nutrição básica de seus moradores. Por outro lado, 21,6 milhões de lares, ou 27,6% do total. 4,1% enfrentam uma situação grave, onde a falta de acesso adequado à alimentação.

Em relação às regiões, o norte e o nordeste têm as menores taxas de segurança alimentar, com apenas 60% dos lares nessa condição. Além disso, as áreas rurais continuam sendo as mais afetadas, com taxas de insegurança alimentar mais altas do que as áreas urbanas.

Aspectos socioeconômicos e demográficos mostram que lares chefiados por mulheres ou por pessoas de cor ou raça branca tendem a ter maior segurança alimentar. Já domicílios com baixa escolaridade dos responsáveis ou com renda per capita inferior a meio salário mínimo são mais propensos a enfrentar insegurança alimentar.
 

Mundo
 

A ONU diz que o mundo tem agora 18 focos de crise de insegurança alimentar extrema que poderão enfrentar uma “tempestade de fome”, mas que é possível reverter o problema com ajuda urgente.

Em relatório publicado nesta semana, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, e o Programa Mundial de Alimentos, PMA, realçam que vários “pontos críticos de fome” estão na África. 

O documento abrange 17 países, em especial para regiões como Mali, Territórios Palestinos, Sudão e Sudão do Sul, onde a situação atingiu o nível mais crítico, exigindo urgência de atenção.

Cindy McCain, diretora executiva do PMA (Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas), diz que esperar pela declaração oficial de fome seria tarde demais, e se referiu ao caso da Somália em 2011, onde metade das 250 mil mortes ocorreram antes da fome ser reconhecida oficialmente.

A crise no Sudão do Sul também é um caso  grave, as previsões indicam que o número de pessoas enfrentando fome e morte pode dobrar entre abril e julho de 2024, em comparação ao mesmo período em 2023. A situação é grave não só pela falta de alimentos mas também pela depreciação da moeda e a iminência de inundações e conflitos internos.

Países como Chade, República Democrática do Congo, Mianmar, Síria e Iêmen, também estão sob grande preocupação das agências das Nações Unidas. Conflitos e choques climáticos, incluindo o El Niño e a La Niña, contribuem para o agravamento da situação, enfatizando mais inundações e secas em diversas regiões.

 

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